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quinta-feira, abril 17, 2014

Amnésia V

- Então, vamos ser práticos, onde posso encontrar minha mulher e meus familiares.
- Engraçado você perguntar.
- Por quê?
- Hoje cedo, a polícia me fez essa pergunta também.
- Sobre os meus familiares.
- Sim.
- É que alguém estava desconfiado que você não havia morrido.
- Como assim, você mesmo disse que levei cinco tiros no rosto, como alguém poderia ter esta desconfiança.
- Eu não sei, mas respondi que não sabia onde encontrá-los.
- Fez bem, mas você sabe, né.
- Sei sim,
A caminho da casa de Sheila, Capricórnio e Ronaldo vão conversando:
- Ronaldo, como foi parar na rua?
- É uma longa história, Capricórnio, mas para resumi, perdi tudo num cassino clandestino que existia por aqui.
- Todos os bens?
- Sim, as pessoas também me abandonaram por causa do meu vício, eu emprestava dinheiro e não conseguia pagar, apenas você ficou Capricórnio, quando soube da sua morte fiquei estarrecido.
- Há quanto tempo eu morri?
- Cerca de 3 meses.
- Nossa isto não faz nenhum sentido.
- Por quê?
- Não sei onde passei, estes últimos 3 meses, pois acordei em Rondônia a pouco mais de uma semana se contar os dias que fiquei na pousada desacordado chego ao máximo a 15 dias, mas uma coisa para descobrir.
- Tem problemas maiores agora, chegamos, esta é a casa da Sheila, a sua viúva.
- E então, vai entrar comigo?
- Se vou entrar com você, entrarei antes de você, quero prepará-la para que não tenha um ataque, como o que eu tive.
Ronaldo entra na casa conversa um pouco com ela enquanto Pandiá, espera lá fora, de repente a cortina se abre e Pandiá faz um aceno, Sheila fica com o olhar fixo e depois desmaia, mais tarde, ela se recupera:
- Como isto é possível, eu reconheci você, fui no seu enterro, você levou cinco tiros, como pode estar andando e respirando por aí?
- Eu esperava que você tivesse uma resposta, pois para mim é tudo novidade. O Ronaldo te falou sobre a minha condição?
- Condição? - olha interrogativamente para Ronaldo.
- Não deu tempo, Pandiá, ela olhou diretamente pela janela.
- Alguém vai me dizer o que está havendo?
- Na verdade Sheila, não me lembro de você.
- Não se lembra de mim, como assim?
- Não me lembro do Ronaldo, não me lembro de nada, nem do meu nome. O Ronaldo me disse que me chamo Pandiá e...
- É verdade é seu nome de batismo, mas fazia tanto tempo que não ouvia que na hora do seu enterro achei que o padre havia errado o seu nome.
- Então a verdade é que sei de pouca coisa, me valho do que ele me contou e agora do que me contar.
- Nossa que história maluca, fiquei sem saber o que fazer quando você morreu, até apareceram alguns caras querendo me namorar, mas eu disse que estava cedo para isto, e agora o que pretende fazer.
- Tenho que descobrir o que houve, ninguém leva cinco tiros à toa, eu estava envolvido com algo sério.
- Não tenho certeza
- Com o que eu trabalhava?
- Você era editor do Jornal Gazeta da Manhã.
- Eu era dono de um jornal?
- Não só tinha o cargo de editor.
- Eu batia muito forte em alguém no jornal?
- Na verdade sim, nos políticos, policiais e todo tipo de pessoas, você tinha muitos inimigos, por isto o caso fora arquivado, os policiais nem sabiam por onde começar.
- Sheila, acha que sou algum tipo de justiceiro?
- Acho que não, por que pergunta?
- Tenho a impressão de ter salvo alguém em um flash que me deu, falando nisso, eu tenho um irmão loiro?
- Sim, mas faleceu à cinco anos.
- Como ele se chamava?
- Francisco.
- Everardo?
- Não. O mesmo sobrenome que o seu.
- Que é?
- Nossa isto é tão estranho. Vargas, Francisco Vargas, assim como você que se chama Pandiá Vargas Neto.
- Neto, tenho um avô com este nome?
- Tinha, também morreu a pouco mais de 10 anos.
- Obrigado Sheila, eu preciso ir até o jornal.
- E nós como ficamos.
- Olha Sheila, eu não me lembro de você, mas não tenho onde ficar se quiser me hospedar, não vou recusar.
- Tá maluco; você é meu marido é claro que vou hospedá-lo.
- E quanto ao Ronaldo.
- Eu não preciso de nada, posso voltar para o meu viaduto.
- Sheila?
- Que isso Ronaldo fique com a gente garanto que o quarto de hóspede é bem mais confortável.
- Tudo bem, então amanhã vou até a redação do jornal para tentar descobrir o que houve.


Continua.

quinta-feira, abril 10, 2014

LHB – Hora da Ação II

Ondas enormes castigam o litoral cearense quando Curupira chega e fica um pouco perdido, sem saber o que fazer para resolver o problema. De repente se enche de coragem corre até a costa e se põe diante do mar e as ondas param diante de Caiuá, todos ficam impressionados com o poder do pequeno índio, as ondas retrocedem e o mar volta a calmaria, mas Caiuá perde os sentidos. Parmênides que sempre monitora tudo, manda que policiais do local o tragam para evitar que curiosos atrapalhem a missão.
Em Curitiba, Saci se depara com uma situação caótica, quando chega vê um corredor de tornados que não só está destruindo prédios como deixa a visão de meio-dia escura como se fosse a de meia-noite. Saci diz:
- Ajude-me Polo, meu pai, preciso de sua força.
No mesmo instante as mãos de Sérgio brilham e uma força elétrica sai de suas mãos e é projetada sobre os tornados dissipando-os instantaneamente. Todos que corriam da tempestade inesperada ficam assustados ao perceberem que ela não existe mais.
Na TV os noticiários são todos sobre os heróis:
- No Ceará um garoto de cabelo vermelho se põe diante do mar, no maior maremoto registrado na região e milagrosamente as águas retrocedem. Acabamos de receber as imagens de Curitiba onde um homem de uma perna só consegue dissipar os tornados que também castigavam a região.
Na central da Polícia Federal:
- Parmênides, está acompanhando os noticiários?
- É claro que não, Rui; o que está havendo?
- Nossos heróis estão sendo aclamados pelo país por estarem salvando as cidades, o único obviamente que não foi filmado foi o Besouro, mas há uma reportagem no qual um garoto garante que Iansã resolveu os problemas com as trombas d’água no Pantanal.
- Não sei se poderemos evitar que eles apareçam para o Brasil, hoje qualquer Zé ruela tem um celular com câmera, obviamente disposto a vender as suas imagens por um preço que acha justo.
- Sabe o que é estranho.
- O que?
- Estão chamando eles de “Liga de Heróis Brasileiros”.
- Quem deu este nome a eles?
- Alguém do Ceará, segundo ele, são organizados demais para ser uma coincidência a aparição de todos ao mesmo tempo para resolver os problemas do Brasil.
No Rio de Janeiro, Mara liga para Parmênides:
- Oi Parmênides, como estão os outros?
- Parece que se saíram muito bem, você os distribuiu bem, mas me diga uma coisa, porque está no Rio de Janeiro, ele não está no meu radar, acho que a HAARP não está agindo por aí.
- Então Parmênides acontece que estão abrindo crateras por aqui, você não tem registros no seu computador?
- Na verdade, tenho, o que acha que está havendo?
- Fez uma leitura geológica?
- Rui?
- Já estou fazendo.
- Espere.
- Parmênides, as placas tectônicas embaixo da cidade se abriram.
- Quer dizer que...
- Exatamente, em cerca de três dias surgirá um vulcão no meio da Avenida Atlântica.
- Ouviu isto Mara.
- Infelizmente ouvi.
- Acha que pode fazer algo.
- Meus poderes de telecine podem adiar o inevitável.
- Quer dizer que...
- ...mais dia, menos dia, outra montanha fará parte da Cidade Maravilhosa. Vou cuidar das crateras, te mantenho informado.
- Certo. Boa sorte.
Mara com seus poderes telecinéticos, resgata algumas pessoas de dentro das crateras:
- Quem é você?
- Eu sou Mara.
- Você me tirou daquela cratera?
- Sim.
- Você me fez voar.
- Não foi exatamente assim, mas vamos dizer que foi, assim fica fácil para você entender.
No noticiário:
- Uma mulher está dando uma monumental ajuda aos bombeiros no Rio de Janeiro, a repórter Diana Prado tem mais informações. Diana.
- Certo Lobato, testemunhas garantem que uma mulher tem levitado pessoas que caíram nas crateras que têm surgido na Avenida Atlântica, mas a coisa mais interessante é que após resgatar os sobreviventes, ela fecha os buracos com a própria mente e fez isto com todas as dez crateras que se abriram até agora, como a nossa heroína é um pouco arredia ela não quis conversar com a reportagem, mas a Suzana está aqui conosco e fala sobre esta heroína.
- Apenas perguntei a ela como ela me fez levitar e ela disse que isto é um dom que ela tem, não sei como ela fechou as enormes crateras que apareceram aqui, mas garanto que foi ela, se eu não tivesse visto, não teria acreditado.


Continua.

quinta-feira, abril 03, 2014

Xadrez dos Deuses

Nos confins do Universo, um encontro inesperado:
- Mazda, você por aqui, quanto tempo, cara.
- Nossa, Javé acho que não nos vemos desde aquela sua criação lá na Terra.
- Tá falando da humanidade?
- Isto, é assim que você os chama, não é?
- Sim.
- Pois é , tá indo para onde?
- Olha Mazda eu estava pensando em dar uma passada em Andrômeda, o pessoal tá com um problema de fé por lá, então quero fazer alguns milagres para pelo menos suscitar dúvidas, sabe como é, né e você?
- Olha Javé, eu sei lá, cara, queria ter a tua calma para fazer projetos de novos povos todas as vezes que tento criar um ser novo, tenho um trabalho danado a matrix se corrompe, quando vejo, já perdi todos eles e tenho que recomeçar.
- Já te falei, enquanto não der o livre arbítrio para eles não vai funcionar, eu sei eu, já tentei. Mas houve um momento em que tive dúvidas, quando criei a Lilith, quando eu menos esperava ela estava lá no céu me reinvidicando direitos, contornei a situação, mas isto me deixou com a pulga atrás da orelha, por isto nem a mencionei nas minhas escrituras.
- Ei javé, o que acha de a gente tomar um café, colocar o papo em dia afinal são mais de cem mil anos que não nos vemos.
- É parece que foi ontem que você veio me dar um palpite sobre o plano de salvação.
- Eu me lembro eu te disse que precisaria apresentar o meu filho primeiro antes de você apresentar o seu.
- Coincidência ou não funcionou de maneira cirúrgica.
- Ora, não é à toa que somos Deuses. Mas que tal se nós jogássemos Xadrez, o que acha?
- Puxa, Xadrez, Javé, faz tanto tempo que não jogo.
- Não tanto quanto não nos vemos.
Ambos riem muito e concordam com o jogo de tabuleiro:
- Vamos jogar num lugar comum?
- Que tal se fôssemos jogar lá na Terra.
- Por que lá?
- Num país do meu planeta chamado Brasil, alguns senhores costumam jogar xadrez na praça pública, como ninguém dá muita bola para os idosos naquele país, talvez possamos jogar em paz, sem sermos incomodados.
- Nossa que boa ideia, quando podemos ir?
- Olha a minha agenda está super lotada, mas para a minha sorte, o meu filho pode tomar conta de tudo por algum tempo, o que acha de marcarmos para a semana que vem?
- Para mim está ótimo, pois assim como você,eu também tenho um filho de ouro, ele deixa tudo em dia, para que eu não me estresse quando chegar.


Continua