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sábado, outubro 04, 2014

Amnésia VII

Pandiá pergunta:
- Isto é comum por aqui?
- Não é a primeira vez que acontece.
- Devo supor que a minha presença ocasionou o incidente.
- Se fosse para apostar, eu diria que sim.
Lá fora:
- Vamos entrar o senhor LaBanca disse que quer isto resolvido hoje e sem testemunhas.
Na sala de Sheila:
- Pararam, isto não é bom.
- Porque diz isto?
- Acho que vão entrar na casa, você tem uma arma?
- Quem pensa que sou? É claro que não.
- Você se lembra de mim, não é?
- Sim.
- Eu não tinha uma arma?
- Acho que não, mas me lembro de ter me dito uma vez que se algum dia eu precisasse de ajuda deveria ir até o sótão.
- Entendi, talvez eu tenha uma arma por lá.
No sótão:
- Achou alguma coisa querido?
- Sim.
-Uma arma?
- Melhor, um lança chamas.
Quando os bandidos entram na casa são recebidos com uma rajada de fogo, todos correm para se salvar, um deles não escapa da rajada de fogo e grita desesperadamente para que o salvem, os outros dois abafam o fogo e o levam queimado dentro do carro e desaparecem na estrada a toda velocidade.
Na delegacia, ligação para Epaminondas:
- É o LaBanca senhor.
- Vou atender na minha sala.
- Certo senhor.
Logo:
- Epaminondas que tipo de homem é este?
- O mesmo que matamos há 3 meses.
- Não é possível o Capricórnio nunca usou um lança chamas, aliás eu tenho certeza que ele morreu, não entendo como pode estar vivo.
- Na verdade nem eu, eu também tinha certeza de sua morte, será que alguém que não conhecemos está por trás disto.
- Talvez, mas quem teria coragem de me desafiar.
- Não sei, mas vou descobrir.
Na casa de Sheila:
- Desculpe por tudo isto Sheila.
- Vai ficar de cerimônia comigo Capricórnio.
- Do que está falando?
- Falando comigo como se acabasse de me conhecer.
- Desculpe minha querida esposa, mas do meu ponto de vista foi exatamente o que aconteceu.
- Talvez eu devesse lhe contar uma coisa que vai mudar o seu pensamento.
- Do que se trata?
- Você morreu.
- Certo, agora me conte uma novidade.
- Você sofreu uma tocaia de um sujeito chamado Rafael LaBanca, o mesmo que deve ter tentado te matar de novo.
- Me matar de novo, mas como se eu já morri?
- Ele deve estar se fazendo a mesma pergunta.
- Espera aí, você disse que eu morri, mas como posso estar aqui, você quer dizer que minha morte foi simulada e tive uma recuperação incrível.
- Não, disse exatamente o que aconteceu, você morreu.
- Não estou entendendo mais nada.
- Você morreu e seu irmão...
- Meu irmão? Eu tenho um irmão.
- Tem sim. Ele se chama Francisco.
- Tá brincando.
- Não estou não. Por quê?
- Bem, nada importante.
- Você morreu tentando salvá-lo.
- No que o Francisco estava metido.
- Numa inovação para a humanidade, a clonagem humana.
- Sei e o que isto tem a ver comigo?
- Isto tem tudo a ver com você. Já se perguntou por que mesmo diante de todo o seu passado não teve um flash sequer do que realmente aconteceu?
- Eu tive um flash, de eu chegando para tentar ajudar o meu irmão que agora sei que se chama Francisco.
- Esta memória pode ter sido colocada em você. Na verdade você não perdeu a memória, você nasceu naquele dia em Rondônia.
- Eu nasci naquele dia, o que quer dizer?
- O Pandiá está morto, você é o clone dele.
Continua.

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