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quarta-feira, julho 17, 2013

LHB - Caipora e a Liga

Devo lembrar que esta história é a continuação de uma série chamada Liga de Heróis Brasileiros - LHB ( as histórias estão em posts anteriores)


Mara não sabe como irá encontrar um mito popular, o nome Guivarra nem fazia parte do seu conhecimento, mas sabia que devia encontrá-la na mata, conversou com alguns índios da tribo caiapó, eles lhe contaram sobre a lendária Guivarra que andava pelas matas protegendo os animais dos caçadores, mas ninguém sabia onde encontrá-la. Mara passou muito tempo em busca da suposta menina que cavalgava um porco do mato. Quando sente um cheiro de cigarro de palha, olha para trás e vendo uma árvore vê surgir o mito em carne e osso. Mentalmente ouve a voz de Caipora:
- Soube que me procurava.
- Você consegue ouvir meus pensamentos?
- Não, mas sei que consegue ouvir os meus. - Responde caipora.- Então do que se trata, como deve saber, tenho muito o que fazer.
- Claro, como se chama mesmo?
- Eu sou Guivarra, me chamam de caipora, nem me lembro o porquê.( ler o post chamado "LHB - Caipora" de 19.11.2011). - Certo dona caipora, tenho um problema, meu chefe mandou que eu viesse chamá-los, pois vocês são os únicos que podem lidar com esta situação, o nosso Brasil está em dificuldades e como o problema parece ser com a natureza, acho que vocês são os mais indicados para nos ajudar.
- Quando diz "vocês", está falando de quem exatamente?
- De você, do seu primo, do Saci e do Besouro.
- Besouro, não é o inseto, é?
- Não, é um escravo que morreu há muitos anos, mas que ainda anda pelo nosso mundo em forma de espírito.
- Entendo, vocês homens da cidade podem resolver os próprios problemas, não precisam de índios ou mitos como eu para isto.
- Caipora, eu sei que você entende muito mais de natureza do que nós da cidade e depois eu não posso chamar o Curupira sem você, se conseguir convencer você, sei que ele também virá. Sabe que não temos poderes para lidar com esta ameaça.
- De que ameaça, exatamente estamos falando?
- Não me diga que não tem notado que a natureza anda agindo de forma inconstante e como o clima e alguns eventos considerados naturais estão trocando de hemisférios?
- Na verdade, já havia notado sim, tenho conversado com o meu primo sobre isto, mas ainda não vejo necessidade ou relevância na nossa ajuda, não entendo como e nem por que deveríamos ajudar.
- Certo, quem sabe um pouco deste fumo ajude você a pensar melhor.
- Agora falou a minha língua, vamos fazer o seguinte venha comigo.
Mara sobe no porco e após caminhar dez passos, Mara vê a mata de desmaterializar e em poucos segundos estão diante de Curupira, Mara fica muito confusa:
- O que aconteceu caipora?
- Chama-se hipervelocidade, um presentinho de Tupã que foi dado ao Curupira.
- E como você teve acesso a isto.
- Além de ele ser o meu primo, ele também usa este porco, por isto nos confundem na mata.
Quando caipora chega perto de Curupira ele não se vira, mas diz:
- Caipora, parece que foi ontem que nós nos vimos. - De maneira sarcástica.
- E foi mesmo Curupira, lembra que estávamos discutindo sobre os problemas com a natureza que não entendíamos? Não entendendo o sarcasmo do primo.
- Sim, claro.
- Esta moça parece que pode nos dar algumas respostas.
- Neste caso, bem-vinda, como é mesmo o seu nome?
- Mara. - Ela fica meio sem graça e sem saber o que dizer, pois Curupira ao se virar para cumprimentá-la, seus pés que estavam virados para frente viraram-se para trás, ele percebendo o constrangimento diz:
- Não se preocupe, eu consigo me equilibrar, tem feito isto há anos. E então o que sabe sobre estes eventos naturais?

Voltando ao presente do flashback:
- Me lembro muito bem daquele fumo, fazia uns duzentos anos que ninguém me trazia algo tão bom, achei que você merecia ser ouvida, depois você convenceu o meu primo é claro.
- E você Curupira, lembra-se do que eu disse para te trazer para cá?
- Jamais poderia esquecer.


Continua.