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quinta-feira, abril 11, 2013

Um Conto Recontado IV

Mais tarde Janira encontra Meredith:
- Oi Meredith, soube que foi para a diretoria, não sabia deste seu lado rebelde.
- Na verdade, nem eu.
- Parece que o pessoal da escola começou a te notar depois deste ato, conhece o Guilherme?
- Eu suponho que você não esteja falando do meu pai.
- Meredith, você anda falando de um jeito estranho, parece que tem 40 anos.
- Nem me fale.
- Não, não estou falando do seu pai, estou falando do Guilherme do 6º B.
- Olha Janira, na verdade não ando me sentindo muito bem, nem de você eu me lembro direito preciso de um tempo para me acostumar.
- Para se acostumar com o que? Estudamos juntas a tantos anos, até parece que está voltando de uma temporada em outro país. Você vai me contar o que está havendo?
- Você não acreditaria.
- Eu sou sua melhor amiga, como assim eu não acreditaria em você.
- Tá, me fala do Guilherme.
- Ele disse que te acha interessante e me perguntou se o ajudaria a convidá-la para sair.
- E por que eu sairia com o Guilherme?
- Porque ele é o garoto mais popular da escola.
- E daí?
- É, você envelheceu mesmo, sabe a sorte que tem por despertar o interesse deste tipo de menino.
- Ainda não sei, mas imagino, diga para ele que eu vou pensar. Janira, eu preciso ir para casa.
- Tudo bem, mas eu ainda preciso te contar da festa.
- Certo passa lá em casa depois.
- Combinado.
Mais tarde na casa da Meredith:
- Oi mãe.
- Oi Meredith, como foi a escola?
- Estranha.
- Sei, quer me contar alguma coisa?
- Não consigo me comunicar com a minha professora, acabei caindo no sono e ela se irritou porque respondi uma pergunta que ela fez.
- Disse alguma grosseria?
- Aí é que está, só respondi o que ela perguntou ela estava muito brava e acabou me mandando para a diretoria.
- É mesmo, tem certeza que não a ofendeu?
- Mãe, você me conhece eu não gosto de falar palavrões, por que eu responderia mal a professora? Talvez a minha existência a ofenda.
- Entendo, onde aprendeu a falar tão bem assim.
- Assim como.
- Você só tem quinze anos, se não a conhecesse diria que está mais velha que seu pai.
- Era só o que me faltava agora todos vão me chamar de velha.
- Não é isso Meredith, mas a seu modo de falar não está condizendo com a sua idade.
Nisto chega Guilherme:
- Oi Lorelay - a cumprimenta com um beijo, Lorelay puxa-o a parte.
- Tem alguma coisa errada com a Meredith.
- Lá vem você de novo.
- Lembra quando ela insistiu em dizer que tinha 45 anos, eu estou começando a acreditar nela.
- Tá bom, quanto eu vou ter que gastar.
- Só converse com ela e veja se não tenho razão.
- Certo. - vai até o sofá e diz:
- Oi Meredith, como foi o dia minha filha.
- Sabe podia ter sido melhor, estou um pouco entediada, não aguento lidar com estes adolescentes, eles são tão imaturos, acho que tenho mais assuntos com vocês do que com eles.
- É mesmo. Por quê?
- Acho que não falamos a mesmo língua, eles não parecem ter responsabilidade, só querem saber de cabular aula, de desafiar os professores, não têm argumentos em suas discussões, imaturidade pura sabe? - Enquanto Meredith faz este discurso fica trocando de canal na antiga TV com seletor sempre dizendo "já vi" para todos os programas que passam nos canais e termina por fim por desligar a TV, acha um livro de artes no meio dos cadernos e fica a tarde toda lendo o livro.
Até Guilherme é obrigado a concordar que Meredith está diferente do que costumava ser. Alguns dias mais tarde Lorelay leva Meredith para um especialista e depois de muita análise:
- Não há nada de errado com a filha de vocês, no entanto...
Lorelay se desespera:
- No entanto... Doutor?
- Acho que ela é super dotada.
- Super dotada - Diz o pai incrédulo.
- Sim, ela tem a mente de uma pessoa de 45 anos, mas ela só tem 15, então o seu QI está na escala de 180.
- E o que podemos fazer?
- Na verdade, muito pouco, o nosso país não tem programas para super dotados e imagino que não tenham condições financeiras de mandá-la para outro país, apenas tratem-na como a idade de sua mente, com certeza ela não é como uma adolescente de 15 anos.
Algum tempo depois, Meredith encontra Brigite na rua:
- Oi, lembra-se de mim.
- Sim você é a garota do hospital a que viajou no tempo com a ajuda da minha equivalente do futuro, gostaria de tentar retornar outra vez.
- Sim, gostaria, a idéia de reviver meus últimos 30 anos não me agrada muito.
E desta vez ao tocar a mão de Brigite, Meredith se vê novamente em seu tempo ao lado da amiga Fernanda que diz:
- Nossa Meredith o que aconteceu com você, pensei que você estava morta.
- Morta, como assim, por quê?
- Você caiu e ficou alguns minutos imóvel.
- Quantos minutos?
- 5 ou 7 minutos. Ainda bem que você acordou, até chamei o SIATE, mas ele não chegou ainda.
Meredith começa andar normalmente, mas ainda não entende o que está acontecendo.



Continua