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sábado, fevereiro 25, 2012

AMOR

Dizem que é dor
Dizem que é sabor
O amor nos põe diante de encruzilhadas.
Perdoar, esquecer, lembrar, chamar
Atenção. Todos que esperam o expresso “solidão”
Buscam compreensão.
Espero um dia entender as mulheres.
Não entediá-las com o meu papo pesado, sem nexo,
Desesperado, triste, catedrático.
Sou destes que se acha dono da verdade,
Mas que perde a sanidade se não consegue público.
Nos seus pensamentos:
“ Ah, o amor, quanto tormento!”
Sabedor da existência do paradoxo.
Sei que, às vezes o desdém é
O desejo de obter
E o interesse é só um jeito de dizer:
“não quero o teu bem e sim os teus bens.”
Quisera entender alguns homens que quanto
Mais fogem das mulheres, mais as têm.
Quisera entender alguns amigos
Que dizem as verdades que lhes convém
Sem entender a grande ferida que
Abrem no coração de alguém
Que os ama e não retruca, pois a amizade vale
Muito mais que uma simples mágoa.
Vejo o mundo caminhar apesar das minhas
Dúvidas que acabo por silenciar,
Pois saber a verdade nem sempre é um bom remédio
Para um doente de amor
Que só será curado com a morte
Que é menos dolorida
Que a ausência de uma perda irreparavelmente sofrida.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Nadia Comăneci - A Pequena Notável

Nadia Elena Comăneci nasceu em Onesti na Romênia em 1961, filha de Gheorghe Comăneci e Stefania Alexandrina, tem uma irmã chamada Adrian, seu nome vem do diminutivo russo para Nadiejda que significa esperança. Quebrou 4 sofás de mola em sua casa quando criança porque adorava saltar. Béla Karolyi reparou Nadia quando a mesma brincava de ginasta no pátio da escola com uma amiga, aproximou-se para falar com as garotas, mas o sinal tocou e elas sumiram, inconformado foi de sala em sala em busca das duas garotas, na terceira tentativa as encontrou e convenceu-as a fazer o teste para o treinamento. Nadia andou sobre a trave, a maioria das crianças tinha medo, e cumpriu os requisitos pra iniciar os treinamentos aos 6 anos de idade. Passou a treinar 6 dias por semana 4 horas por dia para aprimorar os movimentos. Sua primeira competição foi o Campeonato Nacional Romeno no qual ficou em 13º lugar, estava com 7 anos. No ano seguinte conquistou sua primeira medalha de ouro no mesmo campeonato. Em 1971, veio a primeira competição internacional, na qual conquistou primeiro lugar individual e contribuiu muito para a vitória por equipe. Em 1973 Nadia conquistou o Torneio da Amizade Júnior, no salto sobre o cavalo e nas barras assimétricas.

Após muitas conquistas já com 14 anos chegou as Olimpíadas de Montreal no Canadá em 1976, na qual participou das 6 finais em 6 possíveis. A jovem realizou uma rotina tão arrojada nas barras assimétricas que, após a análise dos árbitros, recebeu o 10 perfeito, coisa que não havia ocorrido até então, tanto é verdade que os placares não estavam preparados para exibir tal nota e acabou por exibir o 1.OO, nota inexplicável para o público, mas logo depois totalmente compreendida. Nadia havia conseguido isto na classificatória. No dia seguinte na final por equipes mais duas notas dez, na trave e novamente nas barras assimétricas, apesar das notas de Nadia a Romênia ficou em segundo lugar, a equipe foi superada pela União Soviética de Ludmila Tourischeva. Em 21 de julho, na final do concurso geral, tirou mais 2 notas 10 na trave e nas barras assimétricas conquistando a medalha de ouro na competição. Em 23 de julho, conseguiu mais duas notas 10 em suas especialidades trave e paralelas, resultado, mais duas medalhas de ouro. Na ginástica de solo terminou em 3º lugar. Nadia foi a atleta mais jovem a vencer o evento, feito que não poderá ser igualado pois a novas determinam que a atleta deva ter pelo menos 16 anos, anteriormente era quatorze, o sistema de notas também mudou aumentando em muito o grau de dificuldade.

Ganhou vários prêmios e homenagens em sua vida, colocou a Romênia no mapa do esporte, até mesmo o Líder Comunista Nicolae Ceauşescu concedeu a Nadia a honraria de heroína do trabalho socialista. Nadia é um ídolo do esporte, comparável a Pelé, Ayrton Senna, Michael Jordan, Tiger Woods, Mark Spitz e outros grandes nomes do esporte. Nadia foi escolhidas uma das 100 mulheres mais importantes do século XX. A grandiosa Nadia conquistou o mundo com técnica, perícia e disciplina, ainda um arquétipo para meninas iniciantes na modalidade.


sábado, fevereiro 11, 2012

Vultos Históricos do Paraná - Poty Lazzarotto

Poty Lazzarotto, nasceu em Curitiba a 29 de março de 1924, filho de Issac Lazarotto e Julia Tortato Lazzarotto, o pai era ferroviário, a mãe cuidava de um restaurante que era freqüentado pela alta cúpula paranaense, dentre os quais o então governador do Paraná Manoel Ribas, nos idos dos anos 40, percebendo a qualidade de Poty, premiou-o com uma bolsa de estudos na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Alguns anos antes Poty havia publicado uma história no jornal Diário da Tarde. A primeira ilustração de Poty foi no livro “Lenda da Herva Mate Sapecada a convite de seu autor Hermínio da Cunha César. Participou de todos os números da revista “Joaquim” entre 1946 e 1948, com ilustrações, revista esta editada por Dalton Trevisan.
Foi aluno de Carlos Oswald, no Liceu de Artes e Ofícios, ocasião em que recebeu do governo francês bolsa para se aperfeiçoar em Paris (1946/47), onde teve contato com a técnica litográfica. Voltou ao Brasil em 1948, indo trabalhar no jornal da Manhã, de Samuel Wainer, realizando ilustrações para vários jornais do Rio de Janeiro.
Obteve medalha de ouro e Prêmio de Viagem ao País na secção de Artes Gráficas do Salão Nacional de Arte Moderna.
Exposições individuais no Rio (1944 e 1948), São Paulo em 1949, Salvador em 1950, Recife em 1951. Em Curitiba expôs no ano de 1948, sendo posteriormente homenageado pelo governo paranaense com Salas Especiais no XVIII Salão Paranaense (1961) e no 5° Salão de Arte Religiosa Brasileira, Londrina em 1969. Esteve no Xingu em 1967 com os sertanistas Orlando Villas Boas e Noel Nutels, ocasião em que fez cerca de 200 esboços sobre hábitos e costumes dos índios. Realizou exposição em Bruxelas e Londres, promovidos em 1968 pelo MIC e em 1969 em Washington, a convite do Itamarati, com uma coleção de talhas.
Em 1950 organizou o primeiro curso de gravura no Museu de Arte em São Paulo, tendo também ministrado curso de gravura na Bahia (1951), Recife em 1954 e em Curitiba.
Ao longo de sua vida, trabalhou principalmente com desenhos, gravuras, murais, serigrafia, litografia.
Os murais são representativos de sua obra, embora tenha sido o desenho o seu principal veículo de expressão, notadamente as ilustrações que realizou para os mais diversos autores, destacando-se entre esses Dalton Trevisan, considerado o maior contista brasileiro. Em sua execução, Poty empregava materiais diversos, como madeira, vidro (vitrais), cerâmica, azulejo e concreto aparente, esse último um de seus materiais de predileção.
Há obras de Poty espalhadas por diversas cidades do Brasil e do exterior, incluindo murais em Portugal, na França e na Alemanha.
Suas obras também podem ser vistas em diversos locais públicos de Curitiba, como os painéis do pórtico do Teatro Guaíra, no saguão do Aeroporto Afonso Pena, na Praça 29 de Março, na Praça 19 de Dezembro (Curitiba) e na Torre da Telepar.
Faleceu de câncer no pulmão, em 1998. Estava trabalhando, então, em um painel encomendado para a Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu. Seu último trabalho foi a ilustração para um cartaz encomendado pelo Hospital de Clínicas, em Curitiba, para sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de doações. Foi sepultado no Cemitério Municipal do Água Verde, em Curitiba.

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Um Conto Recontado

Meredith Simas era a segunda de quatro filhas, morou com seus pais por alguns anos, sempre muito sapeca, conseguiu várias escoriações durante sua infância, algumas com cicatrizes para toda a vida, viciada em TV, passava muitas noites vendo seriados, filmes e novelas. Sempre muito estudiosa e com facilidade de aprendizado, despertava muita inveja em seus colegas que viviam dando apelidos horríveis para ela, por óbvio, ela se ofendia, mas não deixava que isto interferisse na sua capacidade de fazer amigos. Sua mãe não trabalhava, seu pai cuidava de arrebanhar o erário para o sustento de todos, sacrificando sua convivência com a família, Meredith achava ele distante e bravo, também temperamental. Como toda boa adolescente, quis namorar, ação esta não recebida muito bem por seus genitores, mas o garoto por quem se interessara faria 18 anos em pouco tempo, ela, com 15, achava que já tinha maturidade para tomar as próprias decisões. Para não perder o controle da situação sua mãe convenceu seu pai que o melhor a se fazer era deixá-los namorando sob sua supervisão e assim foi feito. Por descuido, afã juvenil ou falta de informação apaixonou-se e engravidou criando uma situação que seu pai qualificou de vexatória, não obstante, disse que assumiria o neto se ela não se casasse com o seu "namorado". Meredith estava decidida, não queria ser conhecida como irmã do próprio filho, então resolveu que assumiria a situação e disse que se casaria com o namorado que se chamava Homero Juvêncio. Homero por sua vez disse que conseguiria através de seus serviços temporários cuidar da criança, mas o pai de Meredith não viu isto com bons olhos e disse para sua filha: "A partir de hoje está por sua conta Meredith, não te darei 1 só centavo do meu dinheiro para você cuidar de seu filho terá que fazer tudo com o suor do seu rosto ou com o suor deste aí" e, no maior estilo Javé, abandonou a filha a sua própria sorte, sua mãe com muita negociação conseguiu convencer seu pai que, se chamava Guilherme, a deixar Meredith construir uma casa nos fundos do terreno. Passados alguns anos Meredith já com 2 filhos percebeu a bobagem que havia feito, com a eterna mania de grandeza e empregos escassos Homero servia mais de móvel da casa do que de provedor do cofre da família. Ela que, estava em vias de iniciar a faculdade da qual não abriu mão, apesar das constantes ameaças do marido, resolveu deixá-lo e se mudar da casa dos pais. Passou muitas dificuldades, mas acabou se estabilizando, conheceu um novo namorado, mais madura e sábia, entendia que este namorado pelo menos deveria ter um emprego e traumatizada com o casamento, não quis fazer isto novamente. Seu novo namorado também tinha uma certa megalomania, mas ao menos era provedor, ciumento ao extremo, chegava a ligar 10 vezes ao dia só para perguntar onde ela estava, por um momento achou que era amor, mas com o tempo foi percebendo que era um sentimento de posse e até um tipo de controle, tempos mais tarde tinham adquirido alguns bens e Meredith finalmente percebeu do que se tratava o pseudo-amor de seu namorado que se chamava Bernardo. Em uma ocasião sem avisar entrou em um restaurante com suas irmãs e para sua surpresa Bernardo que havia dito que ficaria até mais tarde no escritório entrou com outra mulher no restaurante, depois de algumas tentativas de explicaçoes, Bernardo achou melhor não se expor em público e disse que conversaria mais tarde com Meredith. Ela aceitou de início, mas sabia que aquele relacionamento estava morto, chegou a ficar alguns meses longe de Bernardo que com seu charme que somente os experientes tem, conseguiu reconquistar Meredith, mas seu vício incontrolável foi mais forte e desta vez Meredith não deixaria passar. Muito anos mais tarde estava só, seus filhos já criados não passavam muito tempo com ela tinha uns poucos amigos através dos quais conheceu Apolo. Apolo tinha um nome grego, mas era muito simples, não demorou muito para perceber que este homem seria diferente dos outros e com o aprendizado das experiências anteriores evitou diversos mal entendidos, foi sincera e exigiu sinceridade, poucos meses depois já estava casada, Apolo queria ter um filho e ela que já estava próximo dos 40 anos, ficou um pouco preocupada, mas aceitou o pedido do marido, então tiveram mais uma filha, ter filhos na maturidade é muito melhor a nossa paciência não é a mesma, mas a condição financeira tornam as coisas mais fáceis. Apolo era trabalhador, fiel e sincero. Um dia Meredith está passeando pelo centro da cidade e uma cigana agarra as suas mãos, olha para as linhas das mesmas e diz:
- Um grande perigo, um grande escolha, história reescrita, cuidado com o que deseja.
Diz isto larga a mão de Meredith e desaparece na praça. Chegando em casa conversa com Apolo:
- Oi meu amor, como foi o seu dia? Pergunta Apolo.
- Foi estranho, uma mulher me disse, cuidado com o que você deseja.
- Uma cigana?
- Sim, como sabe disto?
- Acabei de ver no jornal que uma mulher tem parado pessoas na rua e dito coisas estranhas, mas não conseguiram identificá-la ainda.
- Não deve ser nada.
- Você não ficou impressionada, ficou?
- Não. - diz isto sem muita convicção.
No outro dia no trabalho de Meredith:
- Olá amiga.
- Oi Meredith, como vai o seu marido dos sonhos.
- Tira o olho, já tem dona.
- Desculpe Meredith, mas você fala tão bem dele que tenho vontade de ter um igual.
- Acho que não existe muitos como ele.
- A sua vida está perfeita agora não está?
- Acredito que sim.
- Você mudaria alguma coisa se pudesse?
- Claro, morro de arrependimento de ter casado cedo de ter tido a experiência com o meu primeiro marido, casei com ele quando tinha 15 anos, eu não tinha nada na cabeça e achava que era o certo a se fazer.
- Mas o que você mudaria, não se casaria com ele ou preferia não tê-lo conhecido.
- Acho que preferia não tê-lo conhecido.
Uma coisa estranha acontece, Meredith vê a imagem da amiga se dobrar e como num passe de mágica se vê com 14 anos no colégio do ensino fundamental conversando com Kate sua melhor amiga:
- O que está acontecendo?
- Não sei. Você está bem Meredith?
- Acho que não. - Passa mal e desmaia.



Continua