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quinta-feira, outubro 27, 2011

LHB - BESOURO

Manoel Henrique Pereira, baiano de Santo Amaro da Purificação; Mestre Alípio percebeu algo especial no garoto que observava besouros na mata e passou seu conhecimento em capoeira ao menino que ouvia e aprendia com alguma admiração. Mangagá, como foi batizado por dominar a arte de desaparecer conforme a necessidade pedia, foi autor de atos que os outros diziam só podia ser mágica, o negro voador, o negro invisível são alguns de seus epítetos.
Sempre muito corajoso, namorava a morte como diria alguns antigos, fechou o seu corpo em um ritual desconhecido de muitos, a floresta sempre foi seu terreno de luta, venceu muitos adversários, enganou outros tantos, ficou tão famoso quanto os folclóricos saci, caipora e curupira, a diferença é que ele caminhava entre os vivos, ia a feira, jogava capoeira e até mesmo namorava. Como era uma lenda viva, fez muitos inimigos e todos eles queriam a sua morte, mas como matar um homem invisível, que voa e que nem mesmo quem o conhecia sabia ao certo como e onde encontrá-lo.
Um fazendeiro começou a perseguir a lenda negra, segundo a crença popular, Besouro teria lutado com o filho deste homem e batido muito nele, sabedor da crença popular, sabia que não podia matar o negro voador, então teve muita calma e esperou o momento certo de pegá-lo, enquanto isto ia cometendo as atrocidades comuns dos brancos da época, Besouro que tinha o seu código moral e quando podia enfrentava o fazendeiro, vencia-o e desaparecia, em certa ocasião, porém, já detentor do segredo da lenda negra, armou-lhe uma tocaia, Besouro, como em todas as outras oportunidades, não fugiu, tinha total confiança em sua cerimônia de fechamento de corpo, mas desta vez o fazendeiro tinha a arma mortal.
A música das rodas de capoeira contam as peripécias do grandioso Besouro, morto a traição, mas ainda um mártir da raça, da música e da arte da capoeira.
Dizem que aparece de vez em quando em rituais de incorporação.

quinta-feira, outubro 20, 2011

Vultos Históricos do Paraná - Erasto Gaertner

Erasto Gaertner nasceu em Curitiba em 1900, filho de Luiz Gaertner e Dona Maria Tertuliana Fagundes dos Reis Gaertner; concluiu o curso secundário em 1917 e logo após foi nomeado para trabalhar nos Correios e Telégrafos. Em 1920 ingressou na Faculdade de Medicina do Paraná e em 1923 transferiu-se para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, formando-se em 1925. Especializou-se em Cirurgia Geral, efetuando o aperfeiçoamento médico em cursos na Europa. Aos 27 anos tornou-se professor da Faculdade de Medicina em Curitiba. Além de professor, foi diretor do Departamento Médico Legal do Paraná e do Leprosário São Roque. Fundou o Instituto de Medicina do Paraná e a Liga Paranaense de Combate ao Câncer. Em 1934 foi eleito deputado estadual, cargo este que ocupou até 1937, quando ocorre o Estado Novo de Getúlio Vargas. Ajudou a fundar a União Democrática Nacional (UDN) e com este partido foi eleito deputado federal em 1945. Ao terminar o mandato na Câmara dos Deputados, ocupou uma das pastas de secretário de estado do governador Bento Munhoz da Rocha Neto foi médico e político.
Em 3 de outubro de 1951, Erasto tornou-se prefeito da cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná (tomou posse em 1951) e veio a falecer em pleno mandato, em 1953. Em seu mandato, idealizou o Hospital do Câncer (que atualmente é denominado de Hospital Erasto Gaertner). Outro benefício para a cidade foi a importação, direto da Alemanha, da primeira usina de asfalto da cidade, montada onde hoje fica o Teatro Paiol. Além do hospital, batizado com o seu nome, a antiga Av. Nossa Senhora da Luz (em Curitiba), foi rebatizada para Avenida Professor Erasto Gaertner, em homenagem ao médico e político curitibano. A administração de Erasto Gaertner foi marcada por vários aspectos: pavimentação de importantes vias de acesso, criação do cadastro técnico e fiscal municipal trazendo maior justiça e equilíbrio na cobrança de impostos, iniciativas do campo administrativo e, especialmente, uma grande preocupação social - que o fizeram um dos mais estimados homens públicos que Curitiba conheceu. Tanto é que, quando faleceu, milhares de pessoas passaram pelo salão nobre da antiga Prefeitura, na Praça Generoso Marques, no último adeus, fazendo com que a data de 19 de maio de 1953 fosse de luto e tristeza na cidade que ele tanto amou. Instituiu o Carnaval de Rua em Curitiba e estabeleceu desfiles competitivos a partir de 1952. Tinha espírito carnavalesco (na juventude, formava ao lado de sua esposa, dona Anita, um dos mais animados casais em bailes da cidade). Erasto Gaertner foi um dos Constituintes da carta de 1947 também criou uma granja municipal, estimulou a então Companhia Telefônica Nacional a instalar telefones públicos, criou restaurantes populares e, em 7 de maio de 1952, assinava a Lei 476 que viria disciplinar, atualizar e uniformizar os serviços de transportes coletivos até então sem uma intervenção mais rígida do Executivo Municipal. Em compensação, a primeira estrutura de um Departamento Municipal de Turismo e Propaganda nasceu de seu decreto 578, sancionado em 12 de novembro de 1952 - que, com algumas modificações, seria mantido por mais de 20 anos - e hoje, inclusive na área de turismo, está à espera da tão sonhada reforma administrativa. O setor de turismo nasceu com várias finalidades - entre as quais de fazer um levantamento de capacidade de hospedagem da Capital (que na época era reduzido, o que levaria o sucessor de Gaertner, José Luiz Guerra Rego, a criar mecanismos para a construção de novos hotéis), programar recepções a visitantes ilustres e, especialmente, "programar festividades de Carnaval" - oficializando a festa que, até então, nunca tivera qualquer ajuda oficial.
Erasto Gaertner foi um exemplo de político preocupado com a sociedade, sempre tentando melhorar a qualidade de vida de todos em sua busca incansável da extinção das enfermidades ou pelo menos de atenuar o sofrimento daqueles que foram acometidos por elas, sua figura deve ser sempre lembrada e tornar-se inspiração para os políticos atuais em busca de uma sociedade cada vez mais unida e justa.

sexta-feira, outubro 14, 2011

Vi, Não Vi ou Será Que Vi.

Estava me preparando para dormir, os fatos subsequentes talvez pareçam desconexos, mas foi assim mesmo que eles ocorreram. Me chamo Jurassi e eu tinha tomado a terceira dose de um anti-inflamatório, fui ao banheiro, então sentei-me na patente e após terminar me levantei, quero dizer, eu pensei ter me levantado, mas para a minha surpresa, eu ainda estava lá sentada na patente, então pensei, preciso sair deste banheiro, pois meus familiares não poderão me socorrer se não souberem que estou passando mal, neste momento todos estavam dormindo, então fui até a porta para abrí-la, mas novamente me esqueci, eu não estava na porta, eu estava na patente, foi então que tudo apagou, tive um flash em que eu estava caindo no corredor, já com a porta aberta, vi meu marido enfiando as mãos na minha boca, mas eu não estava sentindo nada, novo flash, vi minha filha dizendo, "acorda mãe" e eu repondia, "eu não estou dormindo", novamente minha filha insistiu, "acorda mãe" e eu novamente disse, "mas, eu não estou dormindo", depois, breu total; quando dei por mim, eu estava numa cadeira, na minha cozinha, tentava virar o pescoço, mas não conseguia, estava com uma caneca na mão, mas não me lembrava de tê-la pego, novamente minha filha insistiu:
- Você está acordada agora, mãe?
- E eu disse acho que sim. O que aconteceu?
- Não sabemos ao certo, eu estava no quarto quando ouvi um barulho vindo do banheiro, corri para ver o que era e vi a senhora caindo, mas não deu tempo de segurá-la, então o pai acordou e veio socorrê-la, ele notou que a senhora não respirava e ficamos preocupados, eu cheguei a pedir para que a senhora acordasse e percebi que a senhora tentava falar, mas não conseguia, então o pai colocou a mão na sua boca e desenrolou a sua língua que estava quase no fundo da garganta, então nós a trouxemos para a cozinha, a senhora parecia lúcida, mas ao mesmo tempo parecia que estava dormindo, ficamos muito preocupados, estávamos a ponto de levá-la para o hospital, o pai já estava se arrumando.
Então, o pai apareceu terminando de se arrumar:
- Vamos, minha filha.
- Acho que não vai ser necessário, ela acordou.
- Graças a Deus, o que aconteceu?
- Eu não sei, não me lembro de ter feito nada diferente.
- Você tomou algum remédio?
- Sim, aquele anti-inflamatório.
- É bem possível que ele tenha te feito mal.
- Mas faço isto a tantos anos e nunca deu nada.
- Você era jovem nestes últimos anos.
- Você está me chamando de velha?
- Você entendeu o que eu quis dizer, estou apenas buscando uma explicação, mas podemos ir no médico e assim resolver toda a questão.
- Acho que não é necessário, alem disso, fila de posto não é fácil, já estou melhor.
- Tudo bem , deixemos passar hoje, mas quero que você vá ao médico o mais rápido possível!
E as suspeitas foram comprovadas, o anti-inflamatório havia me feito mal, para a minha sorte a minha família estava lá para me socorrer. Pense bem antes de brigar com a família é nestas horas que precisamos do maior número de amigos, familiares e conhecidos possíveis.

quarta-feira, outubro 05, 2011

L.H.B. - Mara

Mara era uma menina quando ocorreu algo extraordinário, estava conversando com a sua amiguinha Sandra e de repente:
- Ô menina mais chata.
- Chata é você, Sandra.
- Por que você está me xingando?
- Você me xingou primeiro.
- Não xinguei não.
- Não foi você, então quem será que foi?
Olhou ao redor e viu a tia Amélia, olhando com ar de reprovação:
- Esta menina está acabando com o meu sossego, vai acabar me separando do Altevir.
Mara percebeu que a tia Amélia não moveu os lábios, mas sabia que era a voz dela que ela ouvia, saiu correndo e gritando horrorizada, Amélia chamou Tamara e disse:
- Acho que sua filha ficou maluca.
- Por que está dizendo isto?
Amélia apenas apontou para a rua, neste momento vem um carro em alta velocidade em direção a Mara, agora quem grita é Tamara:
- Pelo amor de Deus, salvem a minha filha.
O motorista vê a menina, mas é tarde demais nem que quisesse conseguiria desviar, porém algo fora do comum ocorre, sob o olhar atônito de todos, a menina está sã e salva e o carro está suspenso a cerca de 3 metros de altura acima da cabeça da menina, logo depois o carro aterrissa a frente da mesma. Ninguém nunca conseguiu entender este incidente, muitos dos presentes suplantaram esta memória e nunca mais falaram no assunto naquela cidade que se chamava Rouxinol Novo. Mesmo com a recusa das testemunhas em falar sobre aquilo, muitos curiosos apareciam para fazer a tal investigação, haviam teorias das mais fantásticas, desde intervenção alienígena, passando pelos milagres e até mesmo de alucinação coletiva. Alguns anos mais tarde quando Mara estava já com 15 anos apareceu na cidade um sujeito chamado Ricardo Matos, ele disse que trabalhava para a Polícia Federal Brasileira e que precisava muito falar com Mara. Tamara ficou um pouco ressabiada, mas não se importou de conceder a reunião ao visitante. Em poucos minutos todos estavam na sala e Ricardo disse:
- Mara, consegue ver este mapa?
- Não.
- Vamos, Mara onde ele está?
- Dentro da sua pasta.
- Muito bem garota, agora me diga, qual lugar do mapa está marcado com um X vermelho?
- Curitiba.
Ricardo tira o mapa de dentro da pasta e mostra para seus pais:
- Como ela adivinhou? É algum tipo de magia.
- Não, meus caros, a sua filha lê a mente das pessoas, tudo o que ela descobriu foi através da leitura da minha mente, eu preciso fazer mais um teste com ela.
- Claro, vamos lá.
Ricardo tira um revólver e atira contra Mara e ela cai no chão desacordada. Altevir fica desesperado e diz:
- Por que você matou a minha filha, seu doente, ela é uma menina, como pôde fazer isto?
Mas para a surpresa de todos, menos de Ricardo é claro, Mara levanta-se e começa a jogar o projétil para cima e a pegá-lo novamente:
- O senhor pode me explicar o que aconteceu, senhor Ricardo?
- Senhor Altevir a sua filha tem um condição quase única em um ser humano, ela tem telecinese.
- O senhor pode me dizer o que significa isto.
- Que ela controla objetos com o pensamento, ela retirou a velocidade do projétil e o pegou com a maior facilidade, pode notar que ele ainda está inteiro.
Altevir olha, mas não acredita no que acabou de presenciar, mas se lembra do incidente com o carro no passado e finalmente tudo começa a fazer sentido:
- Vamos precisar levá-la senhor Altevir.
- Só por cima do meu cadáver.
- O senhor tem certeza que quer negociar desta forma senhor Altevir, podemos arranjar isto.
- Eu não quero que você tire a minha filha de mim.
- Senhor Altevir, entenda uma coisa, a sua filha é uma dádiva para a humanidade, não pode ficar restrita a sua casa ou a sua cidade, o país precisa dela e depois o senhor não irá perdê-la, poderá visitá-la quando quiser.
- E onde exatamente é este lugar.
- Basta o senhor saber que vamos cuidar bem dela, nós o levaremos até ela ao menos uma vez por mês - Diz isto e vai saindo de mãos dadas com a garota.
Altevir tenta mostrar indignação e parece que tentará uma bobagem, mas a sua filha intervêm e diz:
- Pai, tenho certeza que este moço vai me ajudar, eu consigo ler o pensamento dele, ele é do bem, não se preocupe pai, sei me cuidar e o senhor ainda poderá me ver quando quiser.
- Tudo bem minha filha, mas saiba que a qualquer momento que você for destratada ou quiser voltar, eu estarei esperando.
Ricardo diz:
- Senhor Altevir, se ela quiser voltar, eu mesmo a trarei de volta.
Mais alguns anos se passaram e Parmênides chama Ricardo e diz:
- Está na hora.
Uma moça de 1,60 com cabelo ruivo, olhar desafiador e vestida casualmente entra na sala:
- Vocês me chamaram.
- Sim, sente-se Mara, tenho certeza que esperou muito por este momento.
- Não sei do que está falando.
- Mara, está na hora de você recrutar a Liga....