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terça-feira, janeiro 12, 2010

Em busca do pé de coelho VI

Desta vez Baudelaire estava com medo, se o sujeito austríaco estivesse falando a verdade, o dispositivo valeria muito mais, no entanto se ele recusasse a oferta estaria arriscando a sua vida, então Baudelaire fez algo que normalmente não faria:
- Não me diga e onde ele está? Sei, estou anotando estamos a caminho. Tchau. -Desliga o telefone.
- O que houve Guaianazes?
- Parece que a nossa sorte virou. Acabei de receber um telefone dando conta que Baudelaire quer fazer um acordo.
- Já era hora de uma boa notícia, no entanto, é melhor não ir com tanta sede ao pote, afinal, deve haver caroço neste angu. Diz Jamil
-Vamos lá o helicóptero está esperando aí fora.
Logo:
- É aqui, o Centro de Convenções Henfil.
- Certo onde ele está? - Procura com os olhos e só uma figura estranha vestida com uma roupa roxa.
- Ali está ele Jamil.
A figura roxa chega perto e diz:
- Como vai Guaianazes?
- Faz muito tempo, Baudelaire.
- Você continua esclerosado não é?
- Ué, porque?
- Não ouviu quando eu disse, venha sozinho?
- É, ouvi sim, mas ele insistiu para vir.
- Tudo bem, não importa, trouxe o que pedi?
- Claro.
- Me mostra.
Guaianazes abre a maleta, uma breve olhada e sem perda de tempo Baudelaire mostra o dispositivo e fazem a troca:
- Espero não vê-lo novamente senhor Guaianazes.
- Espero o mesmo Senhor Baudelaire.
Jamil ainda curioso diz:
- Deu dinheiro aquele idiota?
- Não.
- Não? O que havia na maleta?
- Algo que ele precisava muito.
- Algo mais importante do que dinheiro?
- Você está correto.
- Não vai me dizer o que havia na mala não é?
Guaianazes apenas sorri, Jamil fica um pouco desconcertado e pensa consigo:
"- Quer saber tanto faz"
Jamil entra em um carro, Guaianazes noutro este dirige-se a uma sombra:
- Fez um ótimo, trabalho hoje, professor.
- Obrigado, senhor Guaianazes, eu não podia deixar um idiota qualquer botar o meu trabalho a perder. Espero qeu agora tenham mais cuidado com isto e que não mais nas mãos destes oportunistas.
- Não se preocupe, Baudelaire é página virada.
- Posso fazer uma pergunta?
- Sim.
- Porque Milton?
- Milton escreveu o Paraíso Perdido, acho que estávamos bem próximos disto, com este maluco a solta por aí com uma tecnologia que ele próprio não entendia.
Em paris na Champs Elysé, Baudelaire toma um café, enquanto observa uma moça servindo café, ela chega próximo a ele e diz:
- Monsier?
- Sil vous plait.
A xícara de café é completada novamente, então ele suspira e abre um largo sorriso.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

O esporte e a mesmice

Quem pode dizer que não ficou no mínimo chateado com os campeonatos em série do alemão Michael Schumacher na Fórmula 1, ou com as 8 medalhas de ouro do americano Michael Phelps, ou ainda com o tricampeonato do São Paulo no brasileirão. O que aconteceu com o esporte? o que houve com os novos ídolos e a renovação? Salvo raríssimas exceções, como o jamaicano Usain Bolt, um homem que parece alienígena por bater o recorde mundial dos 100 metros e dos 200 metros com uma facilidade absurda, não há mais renovação, até mesmo Bolt pode se tornar chato se não encontrar um adversário a sua altura. É óbvio que os alemães em relação ao Schumacher, os americanos em relação a Michael Phelps, os jamaicanos com o Usain Bolt e os são-paulinos com o São Paulo ficam extasiados de verem seus representantes figurarem constantemente no lugar mais alto do pódio, mas, sem querer ser estraga prazer, as melhores vitórias ocorrem com adversários do mesmo nível; um bom exemplo foi a vitória do Chicago Bulls do Michael Jordan sobre o Los Angeles Lakers do Magic Johnson, quando os adversários se equivalem e há a vitória de um deles o embate se torna inesquecível, mas quando um só se destaca no meio de muitos a vitória perde um pouco o seu brilho. As maiores explicações que ouço é a de organização, que fulano trabalha mais, que ciclano é acomodado ou que beltrano não leva a sério o seu trabalho, pode ser que tudo isto possa fazer uma certa diferença, todavia é mais fácil gerenciar vitoriosos do que perdedores, os patrocinadores aparecem para quem conquista títulos, ninguém vai apostar num derrotado, por isto a balança sempre pende para quem vence, tornando o esporte uma mesmice sem precedentes e com uma tendência absurda a não mudar o rumo das conquistas. Para romper este ciclo, vale o velho ditado do barão de Coubertin "O importante é competir"; pois enquanto o importante for vencer, seremos obrigados a ver, ouvir e aplaudir sempre as mesmas caras, os mesmos vencedores e aceitar o absurdo monopólio no esporte.