Literatura, o maior objetivo. Estas são as histórias de Hugo de Souza Vieira. Em sua missão contínua de escrever novas histórias, explorar novos pensamentos, em busca de novas crônicas e contos, audaciosamente escrevendo o que ninguém jamais escreveu.
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segunda-feira, julho 20, 2009
Em busca do pé de coelho II
- Aqui mora um sujeito chamado Jamil?
Neste mesmo dia, próximo das 10 horas da manhã, Guaianazes está despachando em sua sala na empresa Guaianazes e Associados, de repente ouve um burburinho que vira um estrondo, a sua porta se quebra e um corpo de homem cai exatamente sobre os papéis que estava assinando em sua mesa:
- Guaianazes, há quanto tempo?
- Tempo demais, Jamil.
- Trouxe um presente para você.
Guaianazes olha para o relógio eram 10 horas em ponto e diz:
- Obrigado pela consideração, não esquecerei, quando puder retribuirei a gentileza.
Fala ao pé do ouvido do sócio:
- Pegue este monte de estrume e pague-lhe os 200 mil, ele chegou no horário.
- Perfeitamente senhor.
Depois se dirigindo a Jamil:
- Onde você estava as pessoas não costumam usar portas?
- Claro, todas usam, apenas pensei numa maneira divertida de responder ao seu recado, eu mandarei consertá-la.
- Sempre cavalheiro.
- Espero que não tenha colocado este imbecil atrás de mim, apenas para relembrar minha pseudo-gentileza?
- É claro que não. Seu país corre perigo, Jamil, precisamos de você para encontrar um dispositivo eletrônico.
- Sei, ninguém no país inteiro é capaz de encontrar este radinho de pilha e você precisa me tirar da minha aposentadoria para que eu parta numa busca inócua.
- Porque você não ouve primeiro para depois dizer se aceita ou não a missão.
- Tudo bem, eu tenho tempo.
- Já ouviu falar do pé de coelho?
- Aquilo que o Etan Hunt buscava na Missão Impossível 3?
O sorriso iniciou-se nos lábios de Guaianazes, mas se fechou junto com uma expressão de descrença e com a mãos esquerda passando toda extensão de sua testa enorme continuou como se não tivesse ouvido o comentário:
- Este dispositivo foi roubado dos americanos, eles nos chamaram para resolver o caso, porque o sujeito está aqui no nosso país e está ameaçando usá-lo.
- Pode me dizer o que isto faz exatamente.
- Infelizmente não, só posso dizer, que muitos lamentariam se ele fosse usado.
- Tudo bem, ainda não sei onde me encaixo nesta história.
- Você se encaixa na medida em que tem uma experiência incrível de campo, ganhou várias medalhas em atuações pelo país como soldado da aeronáutica, sabe tudo sobre tática de combate e por fim, mas não menos importante o dispositivo está no nosso estado e como não temos muita informação eu prefiro imaginar que você não gostaria de saber que isto está por aí e pode ser usado a qualquer momento.
- Tudo bem, você me convenceu como é o nome do sujeito?
- Baudelaire. Gustave Baudelaire.
- Ele é francês?
-Não ele é do Senegal.
- Puxa um africano com nome francês que roubou uma americano e fugiu para o Brasil, esta globalização ainda será a ruína do mundo. Quanto tempo eu tenho?
- A partir de agora?
- Sim.
- 30, 36 horas.
- Guaianazes, eu preciso de só mais um favor seu para aceitar a missão.
- O que quiser Jamil.
- Traga aquele saco de estrume que esstava espalhado na sua mesa, acho que ele pode ser útil.
- Tá brincando?
Jamil levanta abre um sorriso e diz:
- Eu gosto do rapaz, o que posso dizer, eu me apego fácil às pessoas.
Continua
segunda-feira, julho 13, 2009
Dinheiro não traz felicidade!
A felicidade não está no dinheiro, está nos tesouros que não passam: amor, talento, inteligência, misericórdia, compaixão, etc. Importante ressaltar o dinheiro tem a sua importância, mas não toda a importância.
quarta-feira, julho 08, 2009
Em busca do pé de coelho
- Eu gostaria de falar com o Jamil.
- O Jamil não trabalha com a gente, faz uns dez anos, quem queria falar com ele?
- É a esposa dele.
- É mesmo e porque esta voz de macho?
- Tudo bem, não é a esposa dele, é que eu não consigo encontrá-lo e tenho um trabalho importante para ele.
- Faz o seguinte, como é teu nome mesmo...
- Rui.
-...então Rui liga para o recursos humanos da empresa Ligadura, segundo o pessoal daqui, ele foi trabalhar lá quando saiu desta empresa, talvez eles possam te dar maiores informações sobre ele.
Em outro parte do estado:
- Ligadura, faz muito tempo que não ouço este nome, porque quer saber desta empresa?
- É o seguinte eu soube que ela faliu há uns cinco anos e estou escrevendo um artigo para um jornal sobre o porquê da bancarrota das empresas em nosso estado, como você trabalhou lá, achei que pudesse me dar subsídios para a história.
- Claro, porque não? Primeiro é necessário dizer que a administração era pífia, não havia fluxo de caixa, na verdade, o pessoal da indústria costumava chamar de "fluxo de bolso" porque o dinheiro não chegava a entrar na empresa ia direto para o bolso dos patrões e assim os funcionários ficavam meses a fio sem receber, mesmo quando a empresa ia bem.
- Uma empresa como esta não poderia durar, o que eles faziam para se manter no mercado?
- Algumas coisas, borderôs de empresas fantasmas com duplicatas da empresas, aplicações nos extintos open e over night, em suma a famosa, e graças a Deus extinta, ciranda financeira.
- Por que ninguém denunciava as falcatruas que aconteciam nesta empresa?
- Porque todos tinham o rabo preso, desde o fornecedor até o atacadista, todos faziam a mesma coisa, talvez de maneiras diferentes, mas era um bando corruptos, não tinha como um acusar o outro sem ser implicado; e ainda assim, vez por outra, a empresa era roubada em esquemas não conhecidos da alta cúpula.
- Você pode afirmar categoricamente porque a empresa Ligadura fechou as suas portas e abriu falência, mesmo antes do fim da ciranda financeira?
- Posso sim, com toda certeza foi o incêndio de 2004, coincidentemente em 11 de setembro, alguns atribuíram isto a cabala, outros a numerologia, mas a verdade é que foi imperícia de um funcionário mesmo, o seguro não quis pagar pelos estragos, em virtude de não considerar um acidente e sim uma inaptidão funcional. Não fosse por este incêndio, com certeza a Ligadura estaria aí até hoje, pois cimento é algo que foi, é e será sempre necessário.
- Obrigado pela entrevista senhor??...
- Coelho.
- Coelho, é sobrenome não é.
- Não, é nome, Coelho Martins.
- Então obrigado senhor Coelho Martins.
- Disponha.
Ao descobrir que a empresa Ligadura não existe mais, Rui se vê numa sinuca de bico, pois perdeu a sua melhor pista:
- Até quando a gente precisa achá-lo?
- Para ontem, só ele é capaz de realizar este trabalho.
- Então temos um problemão, porque não sabemos nem por onde começar.
Guaianazes adentro a sala:
- Rui, e o nosso homem?
- Sumido, senhor Guaianazes.
- Não esperava menos dele, você acha que pode localizá-lo.
- Sinceramente?
- Sim.
- Não.
- Então Rui, vou chamar um sujeito que acha agulhas
- Eu
- Conhece sim, é o Vidigal.
- Aquele vigarista?
- Sim, o melhor vigarista investigador de que já tive notícia.
- Se quiser jogar seu dinheiro fora tudo bem.
- Você não me deu escolha Rui, eu preciso encontrar este homem no máximo amanhã.
Instantes depois:
- Vidigal?
- Fala Guaianazes, em que posso ajudá-lo?
- Um nome Jamil Martins, preciso dele aqui, na minha sala, até as 10 horas de amanhã.
- E estamos falando da cifra de???
- 200 mil reais, se prazo cumprido; a cada minuto de atraso, 10 mil de recuo na recompensa.
- Temos um acordo, ele estará aí amanhã de manhã, palavra de Vidigal.
Continua