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sexta-feira, maio 15, 2009

A EXTINÇÃO IV

Em Gotícula, os habitantes ainda não sabem como ajudar Joana a voltar para Terra.
- Então, senhor folha, posso te chamar assim?
- Pode me chamar de goticulense.
- Então goticulense, qual era o plano A para que a atmosfera volte ao seu normal, estávamos trabalhando com um estabilizador de partículas, capaz de limpar a atmosfera dos gases nocivos.
- Gases nocivos, de que gases estamos falando?
- Do oxigênio.
- O Oxigênio é nocivo para vocês?
- Para você, não?
- Na verdade só estou viva por causa do Oxigênio.
- Hum, isto pode ser um problema.
- Por quê?
- Estamos armando um teste para remover todo este gás da nossa atmosfera, se você estiver correta, daqui alguns segundos, você não estará mais viva.
- Segundos? Quantos segundos?
- Cerca de 5000.
- 5000? Vocês tem conceito de interessante de "alguns"; deve ter cerca de uma hora e 22 minutos até a hora limite.
- O que é hora?
- Não é importante. Mas isto não me deixa mais tranquila, algum de vocês pode me botar a par da engenhoca que me trouxe para cá.
- Sim aquele goticulense pode te ajudar Joana.
Logo:
- Então eu vim para cá porque uma de suas luas eclipsou o sol de vocês e abriu uma frequência de transporte e quando estas condições ocorrerão novamente?
- Ah em breve, daqui a 150000 segundos.
- Entendo, tão breve assim. Pena que eu não tenha todo este tempo. Tenho que pensar em alguma coisa.
Perto da hora limite:
- Vocês por acaso não tem uma reserva de oxigênio em uma de suas, como direi, árvores?
- Na verdade nós tínhamos, quando éramos bárbaros, guardávamos estoques de oxigênio para torturar alguns goticulenses que não gostavam muito do nosso planeta e atentavam contra a vida de seus semelhantes, mas a mais de 3 bilhões de segundos, nos tornamos um povo pacífico e fizemos o desarmamento, para o nosso azar uma parte do gás foi absorvido pela nossa atmosfera, assim ficamos com este problema mortal nas mãos.
- Claro, então vamos ao teste, foi um prazer conhecê-los espero que consigam o objetivo de salvar o planeta de vocês.
O teste não sai como o esperado, o planeta aumenta exponencialmente a quantidade de oxigênio e toda folhidade é destruída no planeta. Joana que esperava a morte agora está morrendo intoxicada pela densidade absurda de oxigênio na atmosfera e para o azar dela um cometa está vindo em direção ao planeta. Cometa este não detectado pelos habitantes do planeta, em meio a tosses e pigarros ela vê a bola de fogo se aproximando e logo está diante do senhor Trautman.
- Nossa o que aconteceu?
- Trouxemos você de volta.
- Como.
- Já ouviu falar em mancha solar?
- É ouvi falar.
- Então pelo aumento da frequência usamos um tele transporte vinculado à mancha solar das auroras boreal e austral e trouxemos você de volta, para a minha sorte, quando você viajou, para seja lá onde tenha ido, você deixou um rastro magnético, no qual pude fixar um padrão e testar o meu novo invento.
- Obrigada, senhor Trautman, não preciso dos detalhes técnicos para saber que o senhor me salvou a vida, infelizmente não posso dizer o mesmo de Gotícula.
- Um cometa estava indo em direção ao planeta quando o senhor me tirou de lá, eles só estavam tentando sobreviver, mas mesmo que a experiência desse certo provavelmente o planeta seria destruído pelo tamanho do astro que colidiu com o planeta.
- É recebemos um fax do México, dando conta de uma explosão na estrela Betelgeuse, este fenômeno estava previsto há muitos anos.
- Uma pena que nossos caros goticulenses não tiveram acesso a esta informação.
Alguns meses depois:
- Estamos de volta amigos com o programa "Você acredita em mim?". Estamos aqui com a viajante das galáxias Joana Parcimônio que está lançando o livro "Minha passagem por Gotícula" que já virou "Best Seller" com mais de 7 milhões de cópias vendidas e ela explicará para nós como foi esta viagem até o planeta da estrela Betelgeuse. Pode nos esclarecer algumas dúvidas senhorita.
- É claro Júlio, foi assim....

Fim

quarta-feira, maio 06, 2009

A EXTINÇÃO - PARTE III

Em Gotícula, Joana ouve barulhos incompreensíveis, quando acorda de algo que parecia um transe, vê muitos seres emitindo sons que não consegue distinguir, Joana não consegue saber em cima do que ela está pisando. Uma das entidades que se assemelha a uma folha em formato gigante se aproxima de Joana e após dizer alguma coisa, Joana começa a compreendê-los:
- Bem vinda, de onde é a sua massa corpórea?
- O meu nome é Joana, eu sou do Brasil.
- Brasil, nome peculiar para um planeta.
- Não, não é planeta não, Brasil é o nome do país.
- Não entendo. O que significa país?
- Talvez eu não consiga explicar para vocês, o meu planeta se chama Terra.
- Terra, é claro, vocês estavam com a Suckatinash.
- Com quem?
- Hum, parece que não conseguirei traduzir isto para você, mas havia uma entidade do nosso planeta perdida no seu.
- Ah sim, a mãe natureza.
- É assim que vocês a chamam.
- É sim, a propósito onde ela está?
- Ela está em todo lugar Joana, ela é a alma do nosso planeta, ela apenas se materializou no seu devido a um erro que cometemos com um mecanismo que inventamos.
- É, já estou a par da situação. Por favor pode me dizer, em que eu estou pisando?
- Claro isto é esclerênquima.
- É o que?
- Súber, casca de árvore só que em estado gelatinoso.
- Entendo, se não se importam eu gostaria de voltar ao meu planeta. Como posso chamá-los, vocês tem nomes?
- Claro somos goticulenses.
- Isto eu já sei.
- Então porque perguntou?
- Eu perguntei vocês tem um nome individual como o meu Joana.
- Acho que não, somos todos parte de um organismo, somos independentes apenas para trabalhar pelo planeta, não sei se me entende.
- Acho que sim, era assim que deveríamos ser no nosso, mas voltando ao assunto quando poderão me mandar de volta?
- Pois é Joana, não podemos.
- Ué, porque não?
- Não sabemos como você veio para aqui.
- Então não poderemos mandá-la de volta.
- Mas mandem-me como mandaram a mãe natureza.
- Não é tão simples assim, com a mãe natureza cometemos um erro e não faremos isto de novo além do mais não temos nenhuma anotação, não sei se poderemos recriar o cataclisma e temos problemas maiores, ainda precisamos curar a nossa atmosfera que está doente.
- Estou perplexa em saber disto, porque não sei como poderei me adaptar ao planeta de vocês, porque vocês são folhas e eu sou humana acho que não poderei sobreviver aqui.
- Se recuperarmos nossa atmosfera, poderemos usar o restaurador de instantes e quem sabe criar uma forma de mandá-la de volta a sua terra.
- Mas uma coisa, como eu consigo entendê-los, eu suponho que vocês falem uma língua diferente da minha, como vocês podem me entender?
- Temos uma seiva que é capaz de traduzir qualquer idioma no universo, está dentro deste frasco é só borrifar e pronto.
- Caramba que tecnologia, então mãos a obra, vamos trabalhar na recuperação da atmosfera de vocês...


Continua