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segunda-feira, maio 12, 2008

PRERROGATIVA DO CAPITÃO

Moça sofrida esta Helena, saiu de um casamento fracassado e estando com uma filha, ficou com uma fama terrível com os familiares de seu ex-marido, fama esta infundada, é lógico; não que não tenha cometido erros, apenas estas pessoas não sabiam nada sua vida, falavam apenas por maledicência. Então diante deste quadro, andava (na sua linguagem) sôfrega por um homem decente. Achou que finalmente havia sido atendida em suas preces, quando conheceu Reginaldo. Reginaldo era um desses homens charmosos que sabem dizer o que uma mulher quer ouvir. Ainda receosa, não se atirou completamente, precisou da ajuda de uma amiga, para as apresentações formais. Depois disto o assunto demorou a engrenar, Helena estava quase desistindo, quando começaram a falar de assuntos policiais que se vêm na TV todos os dias, a partir daí, foi uma longa noite de conversa na festa que varou a madrugada. Como isto aconteceu logo após a separação, Helena estava muito vulnerável e começou a ter problemas com o seu ex-marido que não aceitou a idéia de logo depois do relacionamento terminar, ela já engatar um romance com um desconhecido; por conseqüência perturbou muito o novo casal. Reginaldo não se abalou compreendeu a situação. Houve um momento em que o ex-marido de Helena conseguiu um dossiê sobre Reginaldo dando conta que o mesmo era casado e que havia até fotos do casal, como Helena não acreditou; ficou o dito pelo não dito. Assim, Helena viveu o seu conto de fadas, com o novo namorado e quem sabe futuro marido, num momento de euforia disse que finalmente estava sendo feliz em sua vida prá lá de amarga e que se Reginaldo fosse tudo o que ele demonstrava ser tudo seria cada vez melhor. O que era estranho era o fato de Reginaldo nunca ter finais de semanas livres, mas isto não incomodava Helena, Reginaldo dizia que tinha que cuidar de sua mãe, que ela era um pouco arredia com gente nova, ela já havia escorraçada outras namoradas anteriores e que por isto ele gostaria de preservar Helena. Demorou muito mas Helena finalmente conheceu sua provável sogra Zuleide, ao contrário do que pregava Reginaldo, Zuleide foi muito atenciosa com Helena e rapidamente se tornaram amigas. Zuleide comentou depois com Reginaldo que finalmente ele havia trazido uma mulher decente a sua casa. Num dia qualquer enquanto Reginaldo viajava a trabalho, Helena recebeu uma ligação. Era Zuleide dizendo que achava estranho que a ex-namorada de Reginaldo a havia procurado, falando sobre a situação precária dos filhos e se Reginaldo não poderia ajudá-los. Como Reginaldo nunca havia falado disto com Helena ela também se preocupou e através de uma união de fatos e investigações, descobriu que esta ex, na verdade, também era a atual, o mundo de Helena caiu, ela dizia: - eu achando que minha vida tinha finalmente entrado nos eixos, que não passaria mais por este tipo de sofrimento.Reginaldo voltou tentou negar disse que tinha sido vítima de uma armação, mas diante dos fatos não houve mais como mentir. Enfim a verdade apareceu, mas segundo Reginaldo, ele dizia que havia pedido para se separar, mas como o ex-marido de Helena, Sofia não queria se separar dele e o ficava infernizando, mas disse que hoje mesmo daria um jeito nisto. Helena acreditou, mas ficou com tanto ódio de ser traída que tinha instintos homicidas. Não obstante não cedeu ao seu intento. Passado algum tempo Helena já havia perdoado Reginaldo afinal ela havia sofrido o mesmo tipo de perseguição, todo mundo ta sujeito a este tipo de problema. Mas como o tempo é senhor da razão, Helena soube de um carta da ex de Reginaldo na qual constava todo o amor que Sofia sentia por ele, por um favor que ele havia feito para ela, não era nada de mais, foi apenas uma compra de mercado quando os meninos dela passavam fome, mas o principal problema é que a data era de 5 dias atrás, isto deixou Helena furiosa, Reginaldo quando confrontando, não disse nem que sim, nem que não, novamente voltaram os instintos homicidas de Helena. Helena estava muito atrelada a Reginaldo, principalmente emocionalmente. Alguns anos se passaram, Helena se casou com Reginaldo e apesar da marcação serrada, ele continua dando seus pulinhos, Helena envelheceu cinqüenta anos em cinco como dizia o slogan do Juscelino, mas parece que mesmo assim prefere ficar com Reginaldo a ficar sozinha, vai entender estas mulheres. Como diriam em Jornada nas Estrelas – A nova Geração. É a prerrogativa do Capitão.

sexta-feira, maio 02, 2008

Mudança de ares

Num dia qualquer uma estrela cadente cruzava o céu, alheio a isto caminhava na noite João. João estava com um problema sério havia sido denunciado por um crime que não cometeu, não obstante, isto não o preocupava, ele estava realmente preocupado em como iria se estabelecer numa cidade do interior, o crime supostamente cometido tinha sido na capital; ao contrário do que possam pensar, ele não fugiu não, estava em visita à uma cidade vizinha quando soube da acusação, naturalmente que não retornou a capital pois poderia ser preso. João chega a uma venda da cidade:
- Ei garoto, me traz uma média.
- Como vai, amigo, já vou servi-lo, o senhor não é daqui, é?
- Não, mas como sabe?
- Bom, faz muito tempo que ninguém me chama de garoto por aqui.
- Bem, estou de passagem pela cidade.
- Pretende ficar?
- Não sei, se conseguir me estabelecer, por que não?
- Nossa cidade é ótima, não há muitas atrações turísticas, nossa maior atração é o Rio Santa Gertrudes que forma uma cachoeira.
- E no que exatamente o pessoal trabalha nessa cidade?
- Bem, os considerados classe A trabalham na empresa de refrigerantes.
- Sei, não me parece tão difícil o serviço numa fábrica destas.
- Se quiser se candidatar a uma vaga, pode ir lá agora mesmo, estão precisando de novos funcionários.
- Mas é pra já.
- Espera. – Diz isto bloqueando a passagem do forasteiro. – Você parece um cara legal, tem uma coisa que eu não mencionei.
- Ah é, e do que se trata?
- É bom que o senhor saiba que uma vez que você trabalhe para o senhor Johnson, você pertencerá a ele, e como posso dizer, ele nunca esquece de cobrar os favores que ele faz.
- Obrigado, pela dica, mas acredite a minha vida não pode piorar mais do que está.
- Tudo bem, quem avisa, amigo é.
Mais tarde na fábrica de refrigerantes Geralda:
- Então, o seu nome é João, mas diz que não tem documentos, que os perdeu quando vinha para cá e quer falar com o senhor Johnson pessoalmente, é uma história bem esquisita seu João.
- Eu sei, mas eu não tenho muita coisa a acrescentar ao meu currículo, sou basicamente o que você está vendo, preciso muito falar com o Senhor Johnson.
- Tudo bem, vou ver se ele se interessa pela sua história.
Mais tarde:
- Como é o nome dela, João?
- Maria Henriqueta de Assis.
- Sei, e ela diz que você furtou o carro dela?
- O furto do carro não é o problema maior, ela diz que eu assassinei a irmã dela a Soraia, mas eu não fiz nada disso.
- É claro que não fez. Que tipo de prova que ela tem.
- Senhor Jonhson, ela pegou as minhas digitais quando eu estava com ela no quarto e espalhou pela quarto da irmã onde esta foi encontrada morta.
- Puxa, você deve ter deixado esta mulher muita brava, em?
- Ela não agüentou o rompimento, eu quis lhe fazer uma despedida, mas ela não aceitou muito bem isto.
- Vamos fazer o seguinte João, você começa a trabalhar comigo amanhã, você vai ser meu motorista particular e também secretário, pode deixar que eu vou resolver esta história para você, bem vindo a cidade de Anéis dos Reis.
- Obrigado, senhor Johnson, o senhor não vai se arrepender.
Alguns dias depois na capital:
- Senhor Johnson, aqui está processo contra o João Adalberto Vicenzio.
- Tem certeza que este é o nosso homem.
- Absoluta senhor Johnson.
- Bem, isto é estranho pois aqui diz que quem entrou com processo foi Phillip Johnson, ou seja eu mesmo. Não me lembro de ter prestado esta queixa.
- É na verdade, não foi o senhor mesmo, fui eu que entrei com este processo.
- Tá brincando?
- Não, não estou.
- Então o que houve?
- Usei o seu nome senhor Johnson porque assim o julgamento seria mais rápido, mas esta mulher, a Maria é sua parente?
- Na verdade é minha esposa.
- Então estamos com um caso gravíssimo. Você acredita nela?
- Ela é a minha esposa senhor Johnson como não acreditaria.
- Não sei se posso resolver isto, ainda mais que o meu nome consta no processo, vamos fazer o seguinte, você está disposto a se encontrar com o João para resolvermos esta situação?
- Claro, só preciso consultar a minha esposa.
- Tudo bem, esteja aqui as duas horas, eu vou chamar o João para a reunião.
Na hora marcada:
- Maria Henriqueta de Assis.
- João Adalberto Vicenzio, não esperava vê-lo livre e andando por aí, como se não tivesse feito nada.
- Você sabe que eu não fiz isto que está me acusando.
- Você me seqüestrou, roubou o meu carro e ainda matou minha irmã, como posso não estar indignada.
- Você sabe que não fui eu?
- Eu ouvi o seu nome quando conversava com seu comparsa, você estava encapuzado mas eu ouço muito bem, e depois antes de minha irmã morrer disse o seu nome, como ela poderia conhecê-lo se não a tivesse matado.
- Tudo bem eu roubei o seu carro, mas não assassinei a sua irmã, isto foi feito por outra pessoa, eu nunca conheci a sua irmã e sei muito bem como você conseguiu minhas digitais, você me levou aquele motel cheio de pulgas e roubou minhas digitais para espalhar pela cena do crime e sabe muito bem que não foi apenas uma vez, foram várias até que me cansei de você.
- Maria você transou com este delinqüente?
- Foi só para fazer justiça, ela havia assassinada a minha irmã o que queria que eu fizesse?
- Mas ele já havia roubado você, como teve o sangue frio de transar com ele e por tantas vezes como ele disse? Usou preservativo?
- Eu precisava fazer isto, achei que estava apaixonada mas sabia que ele precisava pagar pelo crime e usei preservativo sim.
Johnson interrompe todo mundo:
- Vamos parar com esta conversa de lavadeira. Maria quanto vale a sua dor?
- Não tem preço.
- 10 mil.
- Já disse não tem preço.
- 100 mil.
- Fechado.
Então problema resolvido a queixa será retirada e o João será meu empregado.
Alguns anos mais tarde:
- Ei Joca, aquela média de sempre.
- João, você realmente conseguiu se estabelecer, em? Quem o viu chegar aqui há alguns anos, não diz que é o mesmo sujeito.
- Ora Joca, se um homem tem trabalho, tem dignidade e era só isto que eu precisava naquela oportunidade só tenho a agradecer a você e ao senhor Johnson.
- Não esqueça daquele conselho que te dei, ele não esquece dos favores que faz, se não te cobrou ainda, com certeza ainda irá cobrar e como diz a lei de Murphy, será no pior momento, na pior hora e de maneira a causar o maior estrago possível.
- Você em Joca, deveria escrever um livro, tem uma imaginação muito fértil.
Mais tarde naquele mesmo dia:
- João, há quanto tempo você trabalha para mim.
- Creio que seja 3 anos senhor Johnson.
- Bem então está na hora de pagar a sua dívida.
- Ta falando dos 100 mil reais.
- Sim.
- Eu ainda não tenho todo o dinheiro senhor Johnson talvez em seis meses eu possa pagá-lo, mas posso lhe dar 80 mil por enquanto.
- João, não seja ingênuo, sabe que não se trata de dinheiro.
- E do que se trata senhor Johnson.
- Esta noite haverá uma quermesse na nossa cidade e três pessoas irão morrer acidentalmente, o pároco, o delegado e um rapaz chamado Joca.
- Sei, mas como sabe disto.
- Você vai matá-los.
- Eu? Mas eu nunca matei ninguém.
- Não é o que dizia aquele processo.
- O senhor seria capaz de desarquivá-lo?
- Sem pestanejar.
Na quermesse, enquanto o maior nome da cidade faz o seu discurso, João está escondido atrás de um pé de gabiroba, terá que dar três tiros certeiros e ainda assim conseguir escapar sem ser pego, coisa de cinema. Johnson está ocupado com os seus papéis, falando de como a cidade foi importante na sua vida e como ela mudou depois da instalação da fábrica Geralda. Está na última folha do discurso, quando ouve-se três tiros. E cai o senhor Johnson com três balaços no peito, todos se jogam no chão, mas não há mais disparos.
Anos mais tarde um guia turístico da cidade de Anéis dos Reis conta:- Senhores agora estamos na Igreja do Vaso Quebrado onde segundo a lenda há quatro anos, o Senhor Johnson, maior industrial da cidade até então, simulou sua própria morte, ninguém sabe ao certo o que houve, mas ninguém viu o corpo dele no caixão estava lacrado, muitos acreditam que ele virou santo, ou que foi arrebatado, mas incrédulos têm certeza que está por aí escondido pela cidade; no dia 15 de julho todos na cidade encenam a morte do senhor Johnson, depois o enterram simbolicamente e a festa vara a madrugada, eita gente animada, mas ali na frente nós temos a ....