Em 05 de setembro de 1946, nascia em Zanzibar (que hoje faz parte da Tanzânia na África), Farokh Bommi Bulsara. No colégio começaram a chamá-lo de Freddie, a família acabou por adotar o simpático apelido, já cedo preferia cantar músicas a realizar tarefas escolares. Em 1964, houve distúrbios políticos que pressionaram indianos e britânicos a deixar o país, entre eles estava a família de Bulsara. Freddie então contava com seus 17 anos e decidiu ir para a Faculdade de Artes. Seu colega de classe Tim Staffel o levou para o ensaio de sua banda chamada Smile. Em 1970, Freddie assume os vocais da Banda e muda o nome desta para Queen e seu sobrenome para Mercury, ou seja, mercúrio, reza a lenda que foram dois motivos para esta mudança: um por ser o deus dos mensageiros e outro por ser o planeta do seu signo ascendente. Freddie passou muito tempo de sua vida cantando em barzinhos e porões, chegou a duvidar de que realmente faria sucesso, ou se estava no caminho certo, sua voz incomparável embalou gerações e até hoje inspira novos talentos. Em entrevista a uma rede de televisão chegou a dizer que jamais iria para o céu, porque o inferno seria mais divertido. Ele era barítono, segundo Monserrat Cabale, por esta razão o Queen se tornou uma banda única no rock, criando músicas que pareciam óperas com a veia do rock and roll. Farokh Bulsara teve seu grande momento, para nós brasileiros, no Rock in Rio em 1985, quando fez seu show para mais de duzentas mil pessoas que tinham suas letras na ponta de língua, se dizia muito emocionado por vir a um país de língua diferente e ouvir suas canções cantadas com perfeição. Não há como falar do Farokh sem citar a sua fase de ópera, principalmente em parceria com a Monserrat Cabalé, segundo ela, ele não seguiu esta carreira por achar que seus fãs não iriam entender e talvez não o apoiassem, mas a verdade é que o rock corria em suas veias e jamais poderia ser extirpado com outro ritmo; gravou algumas músicas coma Monserat e demonstrou todo o seu potencial de afinação. Dia 24 de novembro de 1991, Freddie morreu em sua casa em Londres, de pneumonia que decorreria da Aids, um dia após ter declarado publicamente que estava com a doença. O Queen ainda existe, tem novo vocalista que não compromete, mas longe de ser um Farokh Bulsara; o Queen hoje é mais um espetáculo de memória musical do que um conjunto de rock. Homens únicos como Farokh Bulsara não podem ser esquecidos jamais, ele viverá através de sua música em nossos corações, há 17 anos morria Freddie Mercury o maior nome do rock and roll.
Literatura, o maior objetivo. Estas são as histórias de Hugo de Souza Vieira. Em sua missão contínua de escrever novas histórias, explorar novos pensamentos, em busca de novas crônicas e contos, audaciosamente escrevendo o que ninguém jamais escreveu.
Acessem também o meu vlog:
http://www.youtube.com/user/hsvhugo?feature=mhee
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sexta-feira, dezembro 19, 2008
sexta-feira, dezembro 12, 2008
A LINHA DA NÃO VOLTA
Conselheiro
Cansei de dar conselhos, principalmente porque ninguém realmente os leva a sério ou quando os levam, usam só para destruir, ou modificam-no para prejudicar, sou muito sincero, mas às vezes gostaria de não ser, já provoquei guerras, separações, mágoas e todo tipo de coisa, só por querer ajudar, uma vez me perguntaram, o que você achou do meu cabelo, ficou bom com a nova cor; eu disse ficou horrível, estava melhor antes. Obviamente o impacto desta resposta, deixou a pessoa insegura e ela nunca mais pintou o cabelo. Achamos que o que dizemos não produz nenhum impacto, mas existem muitas pessoas suscetíveis as nossas opiniões; demorou para eu perceber o quão destrutivo pode ser minha sinceridade. Em outra oportunidade fui a uma pizzaria e vi uma pizza com uma pequena imperfeição, aconselhei o pizzaiolo a cortar o pedaço queimado e vender a pizza assim mesmo e a partir daquele momento a pizzaria começou a vender pizzas faltando um pedaço, pode uma coisa destas, era só para tirar aquele pedaço. É muito engraçado como as pessoas pedem a sua opinião somente para brigar, jogam assuntos polêmicos no ar para que você dê a sua opinião e quando você a dá, a pessoa cria uma opinião contrária só para brigar. Hoje já não sou tão voluntarioso, guardo um pouco mais as opiniões para mim, afinal as pessoas precisam ter suas liberdades de tomar decisões por si só. Raramente tomo partido, ou se tomo são apenas pensamentos internos que não chegam a deixar o meu cérebro, ora todos tem o direito de sofrer e tomar decisões e saber se o seus sofrimentos são aceitáveis. A vida é mais do que aquilo que a gente acha. Muitas vezes não conseguimos enxergar o meio termo, que podem evitam batalhas, guerras e mágoas desnecessárias. A sabedoria pode trazer responsabilidades acima daquela que podemos suportar, não devemos ser covardes, mas é preciso mais coragem para não dizer a verdade do que para inventar uma boa mentira. As pessoas sempre me perguntam se devem ou não se separar, procurar outros cônjuges ou viverem sozinhas mesmo estando velhas demais para isto. Tenho tentado fugir desta responsabilidade, mas na verdade, as pessoas não estão mais preparadas para conviver, enjoam muito facilmente umas das outras, não têm humildade para aceitar as opiniões alheias. Ora ninguém precisa sofrer com uma relação destrutiva, mas um pouquinho de paciência não faz mal a ninguém. Ninguém suporta um ano de mau humor, mas deveria suportar uma semana, é normal todos somos assim, mas no primeiro percalço já querem desistir, já começam a preferir a colega de serviço que tem bunda grande, ou o verdureiro musculoso que passa todo dia vendendo couve-flor. Incoerência de ambas as partes, aí quando se fala a verdade ganha-se a alcunha de mal educado, de ranzinza ou pessimista. Vida de conselheiro é como a de árbitro de futebol, dá-se alegria a uns e tristeza a outras, mas no fim todos te chamam de filho de uma égua.
segunda-feira, dezembro 01, 2008
Vitórias e Derrotas
Tão importante quanto saber perder é saber ganhar. Clodoaldo era um jogador de futebol, com um grande futuro pela frente tinha apenas 18 anos e já era considerado o melhor armador da atualidade. Com grandes jogadas de efeito deixava muitas vezes seus adversários sentados sem saber onde estava a bola. Numa final de campeonato. O time do Jacarandá estava disputando o título estadual. Clodoaldo tinha jogado tudo naquela tarde, mas apesar de seus esforços o time estava perdendo, mas o Jacarandá levava a vantagem do empate e faltavam apenas cinco minutos para acabar. Com sua capacidade fora de série, Clodoaldo estava com a bola passou por três adversários cruzou a bola na área e parece que um sopro divino levou a bola para o fundo do barbante. Gol do Jacarandá, agora o Jacarandá estava com o título nas mãos, momentos depois novo lançamento de Clodoaldo e desta vez, Valdir Pipoca, cabeceou inapelável para o goleiro do São Vicente, 4 para o Jacarandá 3 para o São Vicente, neste momento Clodoaldo bateu no peito e disse: eu sou o melhor jogador do mundo. Ainda faltavam 3 minutos, o São Vicente vai para o ataque e numa falha absurda do goleiro, Fião Gulin empata a partida, o jogo estava para acabar finalmente o Jacarandá conquistaria o seu primeiro título estadual graças a Clodoaldo é claro, mas no último lance do jogo Fião Gulin sempre ele, deu uma de Pelé, lançou a bola do meio campo e encobriu o goleiro São Bernardo encerrando o sonho do Jacarandá. São Vicente 5 Jacarandá 4. Terminado o espetáculo todos foram em busca de Clodoaldo para que ele falasse a respeito da derrota e ele diz apenas: “O Jacarandá não merecia este resultado, o título era nosso, não me conformo. Este nosso goleiro tem que ser banido do Clube. "Não é fácil aceitar derrotas."...
... Final do campeonato estadual
Ninguém vence sozinho, mesmo quando você acha que ninguém te ajudou, lembre-se que Deus sempre olha por você e ao menos a Ele você deve agradecimento.
sexta-feira, novembro 07, 2008
BROMÉLIA
Um grande projeto arquitetônico estava para sair naquela cidade, João Magalhães de Almeida e Sugiro Matsumoto trabalham a quatro noites seguidas no projeto:
- Isto precisa ser perfeito vai ser a maior obra que esta cidade já viu.
- Melhor que as do Oscar Niemeyer.
- Não, ninguém é melhor que o Niemeyer, mas esta obra ficará na história da cidade.
Eles estavam falando do novo Paço Municipal da cidade de Bromélia do Sul. Por estranho que possa parecer, o projeto era que o Paço fosse uma bromélia, um desafio para qualquer arquiteto (menos para o Niemeyer, é claro). O prefeito José Piloso havia prometido a cidade na sua campanha uma sede descente para a cidade, mas já havia se passado três anos e ele ainda não havia cumprido a promessa, quando perguntado, dizia que era as tais licitações, falta de verba, conjunto de conjunturas, essas coisas que políticos insistem em dizer e os eleitores insistem em fingir que entendem do que o homem fala. Mas deste ano não iria passar; esta obra tinha que ser concluída antes das eleições, é claro. Tudo conversado e acertado os famosos arquitetos, terminaram o seu croqui; levaram ao prefeito que achou o projeto muito bom, uma vez aprovado, a empresa de construção, que já estava de sobreaviso, finalmente, iniciou a obra. A população vê o canteiro de obras para uma promessa de campanha que achavam que o prefeito havia esquecido. Muitas pessoas não acreditavam que realmente o prefeito fosse capaz de fazer aquela obra, mas mesmo assim, todo mundo dava um jeito de passar na Pracinha Paranapanema para ver o andamento dela. O s amigos de João e Sugiro não os deixavam em paz, com perguntas de quando a obra ficaria pronta. E após cerca de seis meses, eis que a obra foi terminada. Exatamente como todos planejavam, uma placa enorme identificava o novo Paço Municipal de Bromélia do Sul. Uma grande inauguração foi feita, o cantor César Lobo de Loyola, natural da cidade, fez um grandioso show em homenagem à nova flor municipal (palavras da canção composta especialmente para a inauguração), uma quermesse foi armada: com pescaria, jogo de argola, até uma quadrilha foi dançada diante da nova obra faraônica. O preço nem foi divulgado. Mas infelizmente algo não foi pensado, assim como a flor originária. O Paço Municipal começou a acumular grande quantidade de água e detritos carregados pelo vento, os arquitetos não pensaram numa forma de retirar estes detritos nem esta água. O Paço acabou com infiltrações insolúveis e meses depois o prédio teve que ser abandonado e demolido. Para encerrar, dois desocupados conversam na Praça Paranapanema.
- Político é tudo igual mesmo, até quando faz alguma coisa, faz errada. A nossa flor foi colhida.
- É. Colhida pela incompetência política.terça-feira, novembro 04, 2008
Vergonha
" De tanto leva frechada do teu olhar
Meu peito até parece sabe o que?
Taubua de tiro ao Álvaro
Não tem mais onde fura
Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno estriquinina
Que pecheira de baiano
Teu olhar mata mais que atropelamento de automover
Mata mais que bala de revorver"
Então o patriarca, senhor Giuseppe Napoli, chamou os garotos após a apresentou e os proibiu de cantar tal canção. Ninguém entendeu a loucura do ancião. Apesar das explicações de que todos eles deveriam falar o português correto e não cantar estas músicas que tiram o entendimento da gramática. Luca se manifestou:
- Mas, nono, é uma música tão bonita, o povo gosta tanto, é por causa dela que a gente enche o bar.
- Olha aí é por isto que está falando assim, não aprende nem a conversar direito com o seu avó, já disse para você não usar estas palavras "a gente" além do problema com a cacofonia, ainda não é de bom tom usar "a gente" quando se pode usar "nós".
- Ô nono, mas que chatice, em?
- Olha aqui se vocês continuarem tocando esta canção eu deserdo vocês todos em, vocês estão entendendo?
Apesar da cara de contrariados, disseram em uníssono:
- Sim, nono.
Depois eles se perguntavam:
- Mas desde quando este velho maluco começou a controlar a nossa gramática?
- Eu não sei Loriano, mas sei que isto ainda vai nos incomodar.
Mas tarde na Fazenda do Giuseppe:
- Pessoal, vocês não acreditam, olha só o que neu achei nas coisas do velho Giuseppe.
- Um jornal, Luca.
- Sim, um jornal de 20 anos atrás.
- Tá bom e o que isto tem de mais?
- Não acha estranho o velho guardar este tipo de recordação nas suas coisas?
- Vindo dele, eu não acho mais nada estranho.
- Veja esta reportagem: "Italiano, passa vergonha no bonde ao dizer frase ininteligível"
- Leia a reportagem parece interessante.
- "Esta semana Giuseppe Napoli, numa conversa sobre política com José Luís da Silva, disse uma frase difícil de se decifrar 'Quem poderá chutar o Brasil do trailer.' após muitas risadas o italiano humilhado foi embora e depois de muita discussão, chegaram a conclusão que o italiano queria dizer 'Quem poderá botar o Brasil nos trilhos.', mas por falta de conhecimento da língua exprimiu um pensamento totalmente ininteligível"
- Bom agora ficou fácil de entender a fissura do vovô.
sexta-feira, setembro 12, 2008
Milagre
- Emergência.
- Oi, eu estou na rua - Olhou atentamente a placa - Sinval Bueno, nº 350, um senhor foi baleado, preciso de ajuda o mais rápido possível.
- A ambulância está a caminho, deixe o seu nome para registro.
- É Luíza. Luíza Feijó.
- Aguarde Luíza a ambulância deve levar cinco minutos para chegar aí.
Neste momento o senhor acorda, levanta-se e pergunta:
- Quem é você?
- Não se levante senhor, acho que o senhor foi baleado.
O senhor desconcertado pergunta:
- Mas onde está o sangue?
- É mesmo não tem sangue. Como pode. O senhor se sente bem.
- Estou com uma dor no peito como se tivesse tomado um soco.
- Uma ambulância está vindo, é melhor o senhor ser examinado por um médico.
- Acho que não fui atingido.
Ao olhar no seu bolso viu que a sua cigarreira de ouro estava com um novo souvenir, uma bala de trinta e oito que não ultrapassou a mesma:
- O senhor fuma?
- Não, na verdade, uma moça, muita bonita, me deu ela hoje dizendo que era para eu fazer bom proveito, argumentei que eu não fumava, mas ela insistiu e disse para eu dar para alguém que fumasse.
- Você já tinha vista ela antes?
- Na verdade ela parecia muito com você. Você fuma?
- Sim, quer ficar com ela?
- Bem, com uma bala no meio, não terá muita utilidade.
- Eu sei, mas gostaria muito que ficasse com ela.
- Obrigado.
A ambulância chegou e todos ficaram atônitos com o milagre, tudo esclarecido Luíza foi para casa. Mas antes de chegar a sua residência um assaltante tentou lhe roubar a bolsa, ela segurou com toda a força, até que o ladrão solta-a, ela caiu no chão e umtiro foi disparado em sua direção. Depois foi acordada por um senhor de barba branca:
- O senhor é São Pedro?
O homem deu uma gostosa gargalhada e disse:
- Não moça, meu nome é William, eu sou o médico do hospital Nossa Senhora de Lourdes. Você teve muita sorte.
- O que aconteceu?
- A sua cigarreira segurou os dois tiros disparados pelo assaltante.
- Na verdade, foi um, o outro tiro foi dado horas antes em um senhor que estava perto do meu trabalho.
Ela mal acreditava na visão da cigarreira agora com duas balas cravadas uma ao lado da outra. Tempos depois ela andava por uma estrada e foi abordada por uma senhora:
- Você tem um cigarro meu bem?
- Tenho sim.
Ao abrir a cigarreira a senhora diz:
- Não é possível, onde você encontrou esta cigarreira?
- Eu a recebi de presente, a senhora a reconhece?
- Sim, ela era da minha filha, mas não é possível, a cigarreira foi enterrada com ela, foi o seu último desejo, eu não entendo.
- Tem certeza que é a cigarreira da sua filha?
- Sim, olha a inscrição.
Havia três Cs estilizados:
- Camila Cavalcanti Costa.
Prefeitos
terça-feira, setembro 02, 2008
A hora da verdade
- Soldado Barreto se apresentando senhor!
- Barreto, Soldado Barreto, mas porque você está aqui, onde está o Mota?
- O soldado Mota teve febre senhor e não pôde vir, então vim no seu lugar para servi-lo senhor.
- Tudo bem, não temos tempo para isto, venha comigo soldado Barreto.
Logo mais a frente:
- O que é aquilo senhor?
- O que parece que é, soldado?
- Um disco voador?
- Sim soldado, é um disco voador, quero que você lidere uma equipe para transportar sem alarde este disco para as imediações do Hangar Sílvio Hayton.
- Sem alarde, mas é algo muito grande para passar despercebido, qualquer que seja o transeunte.
- Por isto, você vai ser muito criativo, terá uma idéia genial e vai transportar isto para o Hangar. Dispensado.
- Senhor, o senhor não vai me acompanhar?
- Não soldado, tenho que cuidar dos sobreviventes.
- Sobreviventes? este vôo veio tripulado?
- Sim soldado, já disse, não temos tempo para isto.
Lucas nunca mais viu aquele coronel, depois ouviu dizer que tinha sofrido um acidente de carro, mas corria a boca pequena que havia sido abduzido e torturado pelos Ets. pelo modo como tratou seus semelhantes.
Em outro oportunidade já como general:
- General Barreto!
- Sim.
- Temos um problema.
- Sempre temos problemas, se adiante Sargento.
- Temos ordens expressas do presidente para conter a rebelião de uma cadeia no coração do país.
- Ele disse as palavras "a qualquer custo"
- Sim estas foram as exatas palavras do presidente.
- Então sabe o que tem que fazer.
Naquela oportunidade, houve o maior massacre de presos da história do país. Perguntado sobre o incidente, o general Barreto respondeu da seguinte forma:
- Fomos lá para evitar a desordem, fomos recebidos com tiros de A.R. 15 e coquetéis molotov, não houve como evitar o confronto, fizemos o que devíamos ter feito.
Lucas sabia que não tinha sido exatamente assim, mas também sabia que não poderia comprometer o presidente contando a verdade.
A pouco tempo de se aposentar o já presidente Lucas Barreto, teve o seu maior desafio:
O país mais poderoso do mundo pediu um favor ao seu país, que ele mandasse uma missão a um país da Ásia para o resgate de um avião, por óbvio que Lucas pediu algo em troca:
- Senhor presidente não posso arriscar as segurança dos meus soldados só pelos seus belos olhos
- Não esperava menos de você, Senhor presidente. Então ofereço o perdão de parte da sua dívida externa.
- E de quanto estamos falando?
- De oitenta por cento da dívida.
- É uma oferta tentadora, terei que pensar sobre o assunto.
- O senhor tem duas horas para pensar ou então farei a proposta a outro país.
Passadas as duas horas:
- Então senhor presidente, pensou na proposta?
- Sim, eu aceito mandarei o Capitão Benedicto Silva Peixoto para cuidar disto para o senhor, só mais uma coisa, quer que os traga vivos.
- Na medida do possível senhor presidente, porque o importante é que o nosso avião seja resgatado.
O capitão recuperou a aeronave, mas jamais retornou ao seu país, em sua ficha o relatório dizia desaparecido em combate, mas Lucas sabia o que havia acontecido. O capitão ficou preso numa das minas do país que invadiu.
Mas a verdade é soberana e como diz a bíblia "a verdade vos libertará". Exatamente naquele dia em que Lucas estava pensando nos seus atos pouco heróicos. O Capitão Benedicto voltou do seu cativeiro e contou tudo o que houve diretamente a imprensa, um menino que havia presenciado o massacre na cadeia, também resolvera falar e o pior, alguém havia tirado fotos do hangar Sílvio Hayton dando conta da existência de uma espaçonave alienígena lá armazenada e um dos soldados que Lucas havia recrutado confirmou quem liderou o transporte da mesma. Lucas Barreto ficou pasmo ao saber que todos os seus segredos haviam sido desvendados. E assim ele sumiu e nunca mais se ouviu falar dele e virou uma lenda em seu país, o homem que estava envolvido nos maiores acontecimentos da história está em lugar incerto e não sabido.
quarta-feira, agosto 06, 2008
Mais uma de política
Mais uma vez estamos às véspera de nova eleição municipal e eu tentarei novamente sem ser invasivo, dizer o quanto é importante ser politizado, mas o que é ser politizado? É saber votar. Mais será que um voto faz diferença? Talvez entre milhões nem faça muita, mas se você souber que não perdeu o seu voto poderá dormir tranquilo quanto ao seu dever cívico. Sem fugir do assunto, saber votar é analisar propostas e saber se elas são viáveis. Premissas básicas: O que faz um vereador? O vereador é o seu representante na câmara. E para que ele serve? Para apresentar projetos que ajudem você e toda a sociedade, mas principalmente o seu bairro, exemplos, novos projetos de educação, de trânsito como asfaltamento melhor distribuição do tráfego, criação de praças recreativas, espaços culturais, enfim tudo o que um cidadão precisa para ter uma vida descente, exceto salários que aí é uma atribuição da união e do estado em termos de salário mínimo e da livre concorrência no sistema capitalista. O que se deve analisar ao escolher um vereador? Saber se ele tem projetos e se os projetos são viáveis de preferência que saiba como angariar o capital para realizar estes projetos, já que tem muitas prefeituras no país que estão falidas e não têm condições de implantar projetos. Mas o que é projeto bom? Projeto bom é aquele no qual você e sua comunidade poderão beneficiados como um novo posto de saúde uma nova creche, um mercado de verduras com preços acessíveis, bons terminais de ônibus, aumento da frota do transporte público, abertura ao público para se decidir como usar o orçamento do município. E a eleição ao contrário do que todos pensam não acaba depois do voto, pois o bom vereador esta sempre presente na sua comunidade e as portas do seu gabinete estão sempre abertas para os seus eleitores, quem melhor do que o cidadão para dizer o que está faltando na comunidade, ele precisa visitar as associações de moradores e caso ele não venha a associação deve ir a ele afinal ele é um servidor público e deve atuar como tal. Espero ter ajudado na escolha do seu candidato a vereador. Logo mais falarei sobre prefeitos.
segunda-feira, maio 12, 2008
PRERROGATIVA DO CAPITÃO
sexta-feira, maio 02, 2008
Mudança de ares
- Ei garoto, me traz uma média.
- Como vai, amigo, já vou servi-lo, o senhor não é daqui, é?
- Não, mas como sabe?
- Bom, faz muito tempo que ninguém me chama de garoto por aqui.
- Bem, estou de passagem pela cidade.
- Pretende ficar?
- Não sei, se conseguir me estabelecer, por que não?
- Nossa cidade é ótima, não há muitas atrações turísticas, nossa maior atração é o Rio Santa Gertrudes que forma uma cachoeira.
- E no que exatamente o pessoal trabalha nessa cidade?
- Bem, os considerados classe A trabalham na empresa de refrigerantes.
- Sei, não me parece tão difícil o serviço numa fábrica destas.
- Se quiser se candidatar a uma vaga, pode ir lá agora mesmo, estão precisando de novos funcionários.
- Mas é pra já.
- Espera. – Diz isto bloqueando a passagem do forasteiro. – Você parece um cara legal, tem uma coisa que eu não mencionei.
- Ah é, e do que se trata?
- É bom que o senhor saiba que uma vez que você trabalhe para o senhor Johnson, você pertencerá a ele, e como posso dizer, ele nunca esquece de cobrar os favores que ele faz.
- Obrigado, pela dica, mas acredite a minha vida não pode piorar mais do que está.
- Tudo bem, quem avisa, amigo é.
Mais tarde na fábrica de refrigerantes Geralda:
- Então, o seu nome é João, mas diz que não tem documentos, que os perdeu quando vinha para cá e quer falar com o senhor Johnson pessoalmente, é uma história bem esquisita seu João.
- Eu sei, mas eu não tenho muita coisa a acrescentar ao meu currículo, sou basicamente o que você está vendo, preciso muito falar com o Senhor Johnson.
- Tudo bem, vou ver se ele se interessa pela sua história.
Mais tarde:
- Como é o nome dela, João?
- Maria Henriqueta de Assis.
- Sei, e ela diz que você furtou o carro dela?
- O furto do carro não é o problema maior, ela diz que eu assassinei a irmã dela a Soraia, mas eu não fiz nada disso.
- É claro que não fez. Que tipo de prova que ela tem.
- Senhor Jonhson, ela pegou as minhas digitais quando eu estava com ela no quarto e espalhou pela quarto da irmã onde esta foi encontrada morta.
- Puxa, você deve ter deixado esta mulher muita brava, em?
- Ela não agüentou o rompimento, eu quis lhe fazer uma despedida, mas ela não aceitou muito bem isto.
- Vamos fazer o seguinte João, você começa a trabalhar comigo amanhã, você vai ser meu motorista particular e também secretário, pode deixar que eu vou resolver esta história para você, bem vindo a cidade de Anéis dos Reis.
- Obrigado, senhor Johnson, o senhor não vai se arrepender.
Alguns dias depois na capital:
- Senhor Johnson, aqui está processo contra o João Adalberto Vicenzio.
- Tem certeza que este é o nosso homem.
- Absoluta senhor Johnson.
- Bem, isto é estranho pois aqui diz que quem entrou com processo foi Phillip Johnson, ou seja eu mesmo. Não me lembro de ter prestado esta queixa.
- É na verdade, não foi o senhor mesmo, fui eu que entrei com este processo.
- Tá brincando?
- Não, não estou.
- Então o que houve?
- Usei o seu nome senhor Johnson porque assim o julgamento seria mais rápido, mas esta mulher, a Maria é sua parente?
- Na verdade é minha esposa.
- Então estamos com um caso gravíssimo. Você acredita nela?
- Ela é a minha esposa senhor Johnson como não acreditaria.
- Não sei se posso resolver isto, ainda mais que o meu nome consta no processo, vamos fazer o seguinte, você está disposto a se encontrar com o João para resolvermos esta situação?
- Claro, só preciso consultar a minha esposa.
- Tudo bem, esteja aqui as duas horas, eu vou chamar o João para a reunião.
Na hora marcada:
- Maria Henriqueta de Assis.
- João Adalberto Vicenzio, não esperava vê-lo livre e andando por aí, como se não tivesse feito nada.
- Você sabe que eu não fiz isto que está me acusando.
- Você me seqüestrou, roubou o meu carro e ainda matou minha irmã, como posso não estar indignada.
- Você sabe que não fui eu?
- Eu ouvi o seu nome quando conversava com seu comparsa, você estava encapuzado mas eu ouço muito bem, e depois antes de minha irmã morrer disse o seu nome, como ela poderia conhecê-lo se não a tivesse matado.
- Tudo bem eu roubei o seu carro, mas não assassinei a sua irmã, isto foi feito por outra pessoa, eu nunca conheci a sua irmã e sei muito bem como você conseguiu minhas digitais, você me levou aquele motel cheio de pulgas e roubou minhas digitais para espalhar pela cena do crime e sabe muito bem que não foi apenas uma vez, foram várias até que me cansei de você.
- Maria você transou com este delinqüente?
- Foi só para fazer justiça, ela havia assassinada a minha irmã o que queria que eu fizesse?
- Mas ele já havia roubado você, como teve o sangue frio de transar com ele e por tantas vezes como ele disse? Usou preservativo?
- Eu precisava fazer isto, achei que estava apaixonada mas sabia que ele precisava pagar pelo crime e usei preservativo sim.
Johnson interrompe todo mundo:
- Vamos parar com esta conversa de lavadeira. Maria quanto vale a sua dor?
- Não tem preço.
- 10 mil.
- Já disse não tem preço.
- 100 mil.
- Fechado.
Então problema resolvido a queixa será retirada e o João será meu empregado.
Alguns anos mais tarde:
- Ei Joca, aquela média de sempre.
- João, você realmente conseguiu se estabelecer, em? Quem o viu chegar aqui há alguns anos, não diz que é o mesmo sujeito.
- Ora Joca, se um homem tem trabalho, tem dignidade e era só isto que eu precisava naquela oportunidade só tenho a agradecer a você e ao senhor Johnson.
- Não esqueça daquele conselho que te dei, ele não esquece dos favores que faz, se não te cobrou ainda, com certeza ainda irá cobrar e como diz a lei de Murphy, será no pior momento, na pior hora e de maneira a causar o maior estrago possível.
- Você em Joca, deveria escrever um livro, tem uma imaginação muito fértil.
Mais tarde naquele mesmo dia:
- João, há quanto tempo você trabalha para mim.
- Creio que seja 3 anos senhor Johnson.
- Bem então está na hora de pagar a sua dívida.
- Ta falando dos 100 mil reais.
- Sim.
- Eu ainda não tenho todo o dinheiro senhor Johnson talvez em seis meses eu possa pagá-lo, mas posso lhe dar 80 mil por enquanto.
- João, não seja ingênuo, sabe que não se trata de dinheiro.
- E do que se trata senhor Johnson.
- Esta noite haverá uma quermesse na nossa cidade e três pessoas irão morrer acidentalmente, o pároco, o delegado e um rapaz chamado Joca.
- Sei, mas como sabe disto.
- Você vai matá-los.
- Eu? Mas eu nunca matei ninguém.
- Não é o que dizia aquele processo.
- O senhor seria capaz de desarquivá-lo?
- Sem pestanejar.
Na quermesse, enquanto o maior nome da cidade faz o seu discurso, João está escondido atrás de um pé de gabiroba, terá que dar três tiros certeiros e ainda assim conseguir escapar sem ser pego, coisa de cinema. Johnson está ocupado com os seus papéis, falando de como a cidade foi importante na sua vida e como ela mudou depois da instalação da fábrica Geralda. Está na última folha do discurso, quando ouve-se três tiros. E cai o senhor Johnson com três balaços no peito, todos se jogam no chão, mas não há mais disparos.
Anos mais tarde um guia turístico da cidade de Anéis dos Reis conta:- Senhores agora estamos na Igreja do Vaso Quebrado onde segundo a lenda há quatro anos, o Senhor Johnson, maior industrial da cidade até então, simulou sua própria morte, ninguém sabe ao certo o que houve, mas ninguém viu o corpo dele no caixão estava lacrado, muitos acreditam que ele virou santo, ou que foi arrebatado, mas incrédulos têm certeza que está por aí escondido pela cidade; no dia 15 de julho todos na cidade encenam a morte do senhor Johnson, depois o enterram simbolicamente e a festa vara a madrugada, eita gente animada, mas ali na frente nós temos a ....
sexta-feira, abril 04, 2008
Fatos e Compreensões Parte 4 - Final
- Geraldo, não sei explicar direito, sei que ele conversou comigo enquanto o tempo estava congelado, sabe como esses deuses são metódicos, preferem o seu próprio espaço.
- Sim, mas e o que exatamente ele pediu para você?
- Ele pediu para eu apontar algumas pessoas na tribo com quem ele manterá contato e serão chamados herdeiros de Tupã.
- Sabe o porquê de ele ter escolhido você para fazer os apontamentos?
- Segundo ele, eu tenho sangue indígena e por incrível que pareça, dos ancestrais desta tribo, não sei se é motivo suficiente, mas é o que basta para ele.
- Tem idéia de quem você irá apontar?
- Ainda não, mas terei que fazer uma pesquisa de campo na aldeia.
- Você os conhece melhor do que eu.
Chegando na aldeia, Taquara de flauta começa a falar a respeito de seus iguais:
- Eu posso falar das qualidades de cada um, este é o Brasa, até hoje ele foi o único a trazer um leão vivo para aldeia preso em uma de suas armadilhas, é muito respeitado por isto.
- O que houve com o leão?
- O cacique mandou soltá-lo, disse que a natureza não deve ser perturbada em hipótese alguma. Aquela lá é a Sol Nascente, não presenciei a sua façanha, mas segundo relatos ela olhou para o sol e seus olhos brilharam e partir de então, ela consegue curar feridas apenas com a imposição das mãos.
- Ué, não tem gente comum nesta tribo.
- Lógico que tem, ta vendo aquela rapaziada lá?
- Sim.
- São pessoas comuns, nunca fizeram nada de bom, não sabem pescar, caçar ou fiar: um bando de inúteis.
- Sei, coincidência ele serem em cinco, acho que já tenho alguns dos meus escolhidos.
- Você só pode estar brincando, vai escolher este bando de inúteis para falar com Tupã?
- Ué, porque não, não acha que está na hora de fazerem algo pela tribo?
- Olhando sob este prisma, parece uma boa idéia; é assim que você vai escolher as mulheres também?
- Não, com elas vou utilizar outro critério.
Mais tarde:
- Bem, já fiz as minhas escolhas, agora posso ir embora, Tupã me disse que ele providenciaria os encontro de todos, Taquara de Flauta, você foi o melhor amigo que conheci nesta jornada chamada vida, quando precisar de mim, não hesite em me chamar.
- Não hesitarei Luka, mas tem certeza que não quer ter uma última palavra com Tupã?
- Acho que não será necessário, este grupo que escolhi já tem um bom líder.
Enquanto Luka vai embora, o tempo pára e Taquara de Flauta se vê diante de Tupã:
- Você foi um dos escolhidos para ser a luz no caminho da tribo.
- Onde estão os outros, ó Tupã.
- Estão atrás de você.
Taquara olha para trás e vê apenas quatro dos rapazes que ele considerava inúteis, vê também as duas filhas do Pajé, a índia que era considerada cozinheira da tribo e, para a sua surpresa, Lua Prateada estava entre eles:
- Luka foi uma guia muito sábia, Lua Prateada.
- Eu concordo.
Fim
sexta-feira, março 28, 2008
Fatos e Compreensões Parte 3
- Tupã quer falar comigo, diz que os índios não mais acreditam nele, por isto precisa tomar providências em relação a isso.
- Porque ele quer falar com você e não com o cacique ou com o pajé?
- Não sei responder a esta pergunta, até alguns dias atrás, eu nem sabia que tinha poderes paranormais, agora um deus índio quer falar comigo.
- E os outros seqüestrados retornarão?
- Eu espero que possa convencê-lo a fazer isto.
Mais tarde:
- Geraldo, isto já tinha acontecido anteriormente?
- Quer dizer Tupã, mandar chamar alguém para falar sobre a tribo?
- Sim.
- Nunca havia ocorrido, mas mesmo assim, não estou surpreso, já que meu pai, o “pajé Druida”, havia predito que um dia eu teria a incumbência de salvar a tribo, até então eu não acreditava que poderia, mas depois de entender o que o totem dizia comecei a acreditar.
- Ainda não entendo porque eu estou sendo convocada para este tipo de compromisso, já que não sou índia e sequer tenho descendência indígena, que eu saiba.
Passado o prazo final em frente ao totem encontram-se Luka e Taquara de Flauta já caracterizado como guerreiro indígena. O totem novamente se levanta e fala em sua língua:
- O que ele disse, Geraldo?
- Perguntou se já tem uma resposta?
- Tenho sim, mas primeiro quero que liberte os seqüestrados e aí sim me encontrarei com Tupã, quando ele quiser!
O totem fala demoradamente e Geraldo se confunde um pouco, mas entende o que o totem quer dizer:
- Ele diz que depois que você retornar da conversa com Tupã, independente do resultado os reféns serão soltos, mas você deve abdicar de seus poderes para que eles sejam libertos.
- Mas eu acabei de descobri-los como posso abdicar deles?
- Ele está irredutível, se você não aceitar, as negociações serão encerradas.
- Tudo bem, diga-lhe que aceito as condições e não terei saudades destes poderes.
Nisso todos e tudo ao redor de Luka desaparece, mais alguns instantes e um homem em chamas vem em sua direção. Ela intrigada pergunta:
- Você é Tupã?
- Sim, Luka, sou eu.
- Porque você armou tudo isto só para me ver?
- Sabe Luka você não tem idéia do esforço que preciso fazer para conversar com uma humana mortal como você.
- Realmente não tenho idéia, mas podemos ir direto aos negócios.
- Ah sim, claro, perdoa-me, por fugir do assunto. É o seguinte, esta tribo não pertence mais a Tupã, ela se tornou fútil e totalmente seduzida pelas riquezas do homem branco, eu chamei você aqui, porque você não faz parte da tribo, mas o sangue dos seus ancestrais pertence a uma linhagem de 15 pajés que pertenceram a esta tribo.
- Puxa estes ancestrais devem ser muito distantes mesmo, porque até agora eu não sabia desta minha história indígena.
- Certo, mas é verdade, então eu preciso que você escolha entre os índios cinco homens três mulheres e duas crianças para falarem comigo e depois disso poderá ir embora para a sua cidade. Aqueles que você apontar serão considerados herdeiros de Tupã e serão lembrados por pelo menos 15 gerações.
- Se eu aceitar, irá cumprir a sua palavra e libertar os índios suspensos no tempo.
- Sim, e ao contrário do que foi combinado você não perderá os seus poderes, eles são um dom que nem mesmo eu poderei tirar, o que fiz foi apenas um teste para saber se você realmente se importa com este povo.
- Obrigado, farei os apontamentos, mas como você saberá quem eu escolhi?
- Não se preocupe, eu saberei.
O homem em chamas desaparece e Taquara de Flauta pergunta:
- Quando será que Tupã irá aparecer?
- Ele já apareceu, Geraldo e já fizemos o acordo.
- Como? Eu estive aqui o tempo todo e não vi nada acontecer.
- Eu explico mais tarde.
Continua
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
Fatos e Compreensões Parte 2
- Sabe Luka, tem uma profecia na nossa tribo guarani que diz: “A mulher que vir o homem de fogo salvará a tribo da extinção”.
- Homem de fogo, eu o vi, quem é ele?
- Não sei ao certo, foi a primeira vez que o viu?
- Sim.
- Talvez, Lua Prateada possa responder a sua pergunta.
- Quem é esta?
- É a filha do cacique, como você, ela também enxerga longe, talvez possam esclarecer as dúvidas uma da outra.
- É quem sabe?
Horas depois, já na tribo:
- Lua Prateada, conheça Luka.
- Luka, a mulher da minha visão como a encontrou Taquara de Flauta?
- Foi difícil, mas agora ela está aí?
- Taquara de Flauta?
- É que antes de ir para a cidade este era o meu nome, eu mudei para não chamar atenção desnecessária a minha pessoa.
- Entendo.
E as videntes entram em uma das ocas para conversar:
- Como pretende salvar a tribo?
- Do que a tribo precisa ser salva?
- Taquara de Flauta não contou, não é?
- Não, (risos) desculpe Lua Prateada, mas é muito engraçado ouvir o outro nome do Geraldo.
- Na verdade, ele quer sair da tribo, não entendo porque ele ainda está aqui, quase não o reconhecemos, agora vive sempre de roupa, e está contaminado com os costumes do homem branco, realmente ele não é mais o Taquara de Flauta.
- Voltando a minha pergunta, do que a tribo precisa ser salva?
- É meio difícil de explicar e talvez você até nem acredite, mas, você notou que há um totem, quando você chegou a aldeia?
- Sim, é bem alto, deve ter dado muito trabalho.
- É, foram cerca de cinco anos de um trabalho incansável de nossos ancestrais, mas devido a negligência dos descendentes, o totem não foi devidamente honrado.
- Honrado, como assim?
- Como deve saber o totem costuma representar Tupã ou um de seus auxiliares, se eles não são honrados ou venerados, Tupã desperta de sua ira e vem destruir a tribo, há muitos anos que nossos irmãos indígenas sequer acreditam nesta tradição, até que o mês passado começou a acontecer...
- E o que aconteceu.
- O totem se enfureceu e a cada dia amanhecia em um lugar diferente, até o dia que o meu pai o viu andar e perguntar sobre os seus adoradores, meu pai muito aterrorizado não pode responder, por isto foi seqüestrado pelo totem.
- Quem o viu ser levado?
- Lírio do Rio o viu ser levado.
- Este índio é de confiança?
- Sim, era o braço direito do meu pai, também ficou aterrorizado, foi então que eu tive uma visão de você chegando na tribo e salvando a todos, antes que sejamos dizimados, de acordo com a profecia, a cada dia será levado um, até que a tribo se acabe.
- Quantos já foram levados?
- 15, somos em 60.
- Nesta sua visão, você tem idéia do que eu teria que fazer para evitar estes seqüestros?
- Sim, primeiro você teria uma visão do homem de fogo depois teria que conversar com o totem e convencê-lo de que ainda tem adoradores aqui.
- E tem?
- É claro.
- Mas quantos?
- Não sei, talvez uns cinco ou mais.
- Já imaginou que alguém pode estar tirando proveito das crenças de vocês e seqüestrando estas pessoas para amedrontar vocês.
- A nossa tribo é isolada demais para isto, e confiamos uns nos outros, por isto a nossa tribo durou tanto tempo.
- Não sei se vou poder ajudar, mas vou tentar conversar com este totem.
Nesta mesma noite, todos já estão em suas ocas e Luka olha para o totem descrente do que de fato aconteceria, exatamente as 11:53 da noite, o totem se mexe e começa a caminhar:
- Senhor totem - grita Luka, tentando disfarçar o seu medo.- Podemos conversar?
Ele responde, mas em uma língua ininteligível, neste momento aparece Taquara de Flauta que o responde na sua língua; desta conversa entre os dois, Luka fica sem saber o que acontece:
- O que ele está falando, Geraldo?
- Ele diz que só pode falar, porque você está aqui, ele te reconhece, diz que já a viu em outras vidas.
- É mesmo, diga-lhe que não me lembro, mas que quero tentar negociar para resolver os seqüestros que foram promovidos por ele.
Geraldo traduz, uma breve pausa; e o totem chega bem perto de Luka e responde com um arsenal de palavras, Geraldo vai traduzindo simultaneamente:
- Ele diz que os seqüestros não ocorreram de fato que eles estão apenas congelados em seus instantes e que assim que a exigência de Tupã for cumprida tudo voltará ao normal.
- E qual exigência é esta Geraldo?
- Tupã deseja falar com você a sós e pessoalmente.
- Tá brincando, não tá?
- Não, é o que diz o totem, ele pergunta, se pode marcar o encontro entre vocês?
- Eu posso me recusar?
- Pode, mas aí não haverá salvação para a tribo.
- Diga para ele o seguinte: que eu preciso de dois dias para pensar e depois disso darei a resposta e enquanto isto, chega de seqüestros.
- Ele concorda e diz que é justo, você tem dois dias.
O totem retorna ao seu lugar e novamente fica imóvel.
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
Fatos e Compreensões – Parte 1
- Olha moça, eu não acredito nesses troços, sabe, mas a minha mulher insistiu tanto para eu vir, que acabei vindo, para ela parar de me encher.
- Entendo. E o que o senhor quer saber, senhor Vítor?
- Como sabe meu nome?
- Ao contrário do que pensa, não há nada de extraordinário nisto, a minha assistente falou com você e me passou o seu nome. O senhor deve estar com algum problema de saúde, estou correta?
- Está sim, como sabe?
- Acredito que seja com o seu amigo mais íntimo, o seu problema.
- Quem contou isto para a senhora? - Faz um gesto com a mão para que olhe a placa que diz “astróloga” - Olha, Vítor, eu sou astróloga e não médica; isto você pode curar com um urologista.
- Eu já fui lá, mas ele diz que é psicológico e não sei mais o que fazer.
- Olha seu não sei tratar dessas coisas, a única coisa que posso fazer é saber se o senhor vai se curar no futuro.
- Isto está escrito aí no seu tarot.
- É podemos dizer que sim. De acordo com as cartas, o senhor vai passar por isto pelo menos mais dois meses, depois isto irá embora do mesmo jeito que veio.
- Obrigado dona Luka.
- Por favor, Dona, não, apenas Luka.
- Tudo bem, Obrigado Luka.
- Isabel pode chamar o próximo.
- Entra lá senhor Geraldo, ela já vai atendê-lo.
Logo:
- Senhor Geraldo, no que posso ajudá-lo.
- Na verdade, eu posso ajudá-la.
- Como assim?
- Sei que engana estas pessoas Luka, com esta conversa mole de tarot, mapa astrológico etc.
- Você não acredita? Então por que está aqui?
- Ao contrário Luka, eu acredito e por isto estou aqui.
- Esse nosso papo está meio enigmático.
- É o seguinte: você tem o dom, mas estas suas safadezas o estão bloqueando, eu vim para limpar a sua aura, para que possa ser livre e aceitar o seu destino.
- Que é...?
- Ajudar a minha tribo.
- Tribo? Então tu és um índio?
- Sim, dos Guaranis e precisamos de ajuda.
- Deixa-me entender, você veio aqui para me dizer que eu sou uma vigarista e que pode me ajudar a ser uma, por assim dizer, pajé de uma tribo de guaranis.
- É mais ou menos isto, eu gostaria que você tomasse esta poção, assim se tiver poderes, eles virão até você, senão, eu terei me enganado e irei embora e não mais a incomodarei.
- Se é para você ir embora, eu aceito.
Luka toma o líquido e seus olhos se abrem como nunca haviam estado abertos antes, ela começa a enxergar um homem coberto de fogo caminhando em sua direção, tenta se mover, mas não consegue, quando o homem a agarra, ela acorda muito nervosa perto de sua mesa.
- Posso mandar o próximo entrar Luka.
- Claro Isabel.
- Você está bem.
- Estou sim.
- Ah, o nome dele é Geraldo.
- Geraldo, tem certeza?
- Claro, ele mesmo me disse.
- Tudo bem, mande-o entrar.
Logo
- Geraldo?
- Sim, como deve ter notado, agora você tem poderes.
- Como fez aquilo.
- Eu não fiz nada Luka, é o seu dom, como eu disse anteriormente, ele só estava bloqueado. Você virá comigo até a minha tribo?
- Não sei, tenho tanto o que fazer.
- Não se preocupe, pode dar uma olhadinha no futuro e ver se a sua ausência vai ser tão sentida assim.
- Mas como funciona, é só ligar?
- Concentre-se na hora e na data e o futuro virá.
Ela obedece e logo se depara com Isabel, dizendo:
- Puxa faz uma semana que a Luka saiu com aquele índio e ainda não voltou, mas por sorte nenhum dos clientes dela apareceu.
- Isabel, sabe quando ela volta?
- Ela não me disse ao certo, mas eu acredito que no máximo em mais uma semana ela deva estar por aí, mesmo por que é a semana dos mapas astrais é o momento que ela mais arrecada, vamos ali na lanchonete Bia, precisamos conversar mais.
De volta a sua tenda:
- E então?
- Pelo que vi, realmente a minha presença não fará tanto diferença pelo menos, nas próximas semanas.
Ótimo então vamos, temos muito o que fazer.